Capítulo 5: O Pensamento Medieval e o Renascentista |
TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO |
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Nota-se como era difícil dar uma interpretação única,
clara e coerente da tradição bíblica. Durante todo
o período medieval, era essa tradição religiosa que
servia de base a toda discussão, mas levando-se em conta também
o conhecimento filosófico não-religioso (basicamente, de
origem grega).
5.3 MACROCOSMO E MICROCOSMO SEGUNDO BOVELLES No início da Idade Média, o pensamento de Platão foi o que mais influenciou o pensamento Europeu. Ele aparece nitidamente na obra de Santo Agostinho. Ao final da Idade Média, Aristóteles é o filósofo de maior influência e é sua filosofia que serve de base a Tomás de Aquino. Depois disso, o pensamento cristão permaneceu quase estacionário durante séculos. Mas a humanidade não parou, o que logo vai originar conflitos entre a Igreja Católica e os pensadores. Entre o final da Idade Média e o início da Idade Moderna, o período do Renascimento apresentou uma volta à cultura antiga e um ressurgimento de idéias filosóficas que haviam sido esquecidas. Uma importante influência foi o ressurgimento da alquimia, da astrologia e da magia, juntamente com uma base filosófica representada pelo Neo-platonismo. O Neo-platonismo foi uma concepção que tomou como base o pensamento de Platão, mas modificou e adicionou muitos elementos novos a essa base. Dentro dessa concepção, que se popularizou muito no Renascimento, uma das idéias mais importantes é a de que o homem é um universo em miniatura, ou seja, um “microcosmo”, comparado com o grande universo à sua volta, o “macrocosmo”. Tomando por base a obra “O sábio” (1509) de Charles de Bovelles (1475-1553), vamos ver as idéias básicas da identidade entre o microcosmo e o macrocosmo. Segundo Bovelles, tanto o universo quanto o homem são constituídos pelos quatro elementos básicos: terra, água, ar e fogo. A terra caracteriza a matéria sólida, sem vida – ou seja, os minerais; a água caracteriza a vida e o reino vegetal; o ar representa a respiração, a vida animal, a mobilidade, os sentidos; e o fogo representa o espírito ou a razão. O homem possui um corpo feito de terra, ao qual foi dada a vida, sensação e razão, progressivamente: o feto vem da matéria, e adquire vida; o bebê já tem vida, e adquire os sentidos; na criança desenvolvem-se os sentidos e começa a surgir a razão; e no adulto a razão tem seu desenvolvimento pleno. Ao completar esse desenvolvimento, o homem pode ter, assim, a totalidade da perfeição, desde que ele não se deixe prender a um estágio anterior, no qual predomine apenas o prazer dos sentidos, por exemplo. Na verdade, apenas o Sábio se torna completo e desenvolve totalmente o seu fogo interno, a razão. |
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CRONO LOGIA |