Capítulo 2: O Mito Filosófico na Grécia e na Índia

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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CAPÍTULO 2 - O MITO FILOSÓFICO NA GRÉCIA E NA ÍNDIA


2.1 A ANTIGA VISÃO DE MUNDO DOS GREGOS

        Os mitos e a religião são fenômenos universais: surgiram em todos os lugares, em todos os povos. A filosofia, pelo contrário, é algo mais restrito. Em alguns poucos lugares do mundo, como a Grécia e a Índia, apareceu gradualmente um pensamento filosófico que procurou dar uma explicação para o mundo sem utilizar mitos. Mas isso não aconteceu de repente, nem houve um abandono total das concepções mitológicas e religiosas. Muitas vezes, elas foram aproveitadas pelos filósofos. Por isso, é preciso partir dos próprios mitos, para entender o surgimento da filosofia.

        A mitologia grega foi de grande importância e influenciou muito toda a cultura ocidental. Os textos mais antigos que conservam informações sobre a mitologia grega são as obras atribuídas a Homero (Ilíada e Odisséia), compostas aproximadamente nos séculos IX ou VIII antes da era cristã; e as obras de Hesíodo, do final do século VIII antes de Cristo.

        A antiga visão de mundo dos gregos era de que a Terra (a deusa Gaia ou Géia) era uma superfície redonda, plana (a menos de suas irregularidades, como as montanhas), semelhante a um prato ou disco. O Céu (o deus Ouranos ou Urano) seria a metade de uma esfera oca, colocada sobre a Terra. Entre a Terra e o Céu existiriam duas regiões: a primeira, mais baixa, que vai da superfície do solo até as nuvens, seria a região do Ar e das brumas. A segunda seria o ar superior e brilhante, azul, que é visto durante o dia, e que era chamado de Éter. Embaixo da Terra, existiria uma região sem luz, o Tártaro. Em volta do Tártaro, existiriam três camadas da Noite (Nyx). A Noite é considerada como uma deusa assustadora, a quem todos os deuses respeitam. Em algumas descrições posteriores, a Noite tem grande importância, sendo considerada como anterior à maioria dos deuses.

        A Terra conteria todas as regiões secas que eram conhecidas (Europa, Ásia e África). Todas elas seriam cercadas por uma espécie de rio circular, o Oceano, que iria até a borda onde o Céu e a Terra se encontram. O Oceano é descrito como a fonte e origem de todos os rios e mares. Homero chega a descrevê-lo com a origem de todas as coisas e dos próprios deuses, o que se assemelha ao mito babilônico já descrito no capítulo anterior.

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