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9.5 O “ETERNO
RETORNO” DE NIETZSCHE
Esse tipo de concepção foi rejeitada por muitos pensadores,
por motivos filosóficos. Um importante filósofo que se recusou
a aceitar um fim absoluto para o universo foi Friedrich Nietzsche. Em uma
famosa obra, “O Eterno Retorno”, ele defende a idéia de um universo
que se repete sempre.
Nietzsche imagina que o universo é enorme mas finito. Se fosse infinito,
seria possível imaginar que toda sua energia se dispersaria e que
ele morreria. Mas, se ele é finito, Nietzsche considera que isso
não vai acontecer. Ele admite que as quantidades de matéria
e energia total do universo são também finitas. A matéria
e a energia se conservam; podem transformar-se, mas há limites para
o que pode surgir dentro do universo, pois a matéria e a energia
são limitadas. Assim, se pensarmos que o tempo é infinito,
já se passou em tempo imensurável, no qual já devem
ter ocorrido todas as transformações que se possa imaginar. |
Friedrich Nietzsche, um dos mais conhecidos filósofos da história
defendia a idéia de um universo cíclico.
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Nietzsche conclui que aquilo que está acontecendo agora já
deve ter ocorrido antes, e que tudo o que vai acontecer também já
aconteceu. Quando um estado do universo se repete, todos os estados seguintes,
que são conseqüências desse estado inicial, devem também
se repetir. “Tudo já existiu um número infinito de vezes,
enquanto o conjunto de todas as forças repete suas voltas”. Não
há um estado de equilíbrio final: se isso fosse possível,
já teria acontecido.
O mundo das forças
não sofre desgaste nenhum, pois do contrário, em um tempo
infinito essas forças teriam ido diminuído até acabar
totalmente. O mundo das forças não tem repouso nenhum, pois
do contrário esse já teria acontecido e o relógio
da existência teria parado. Portanto, o mundo das forças nunca
está em equilíbrio; não tem um momento de descanso;
a quantidade de força e de movimento são sempre iguais em
todo tempo.
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