Capítulo 7: Kant e Laplace: A Formação do Sistema Solar |
TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO |
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É rigorosamente impossível explicar isso utilizando uma teoria
semelhante à de Laplace. O segundo problema é que, quando
se calcula corretamente o que ocorreria com os planetas, quando eles fosse
se formando, pode-se prever que eles deveriam ter uma rotação
no sentido inverso ao que é observado, ao contrário do que
Laplace havia imaginado. Os satélites dos planetas também
deveria girar ao contrário do que se observa.
Há outros problemas com uma teoria semelhante à de Laplace. A formação de planetas a partir do disco de matéria que gira em torno do Sol parece ser muito difícil. Se esse disco se formasse, seria mais provável que a matéria se dividisse em pequenas partículas, e que essas ficassem se movendo em torno do Sol, sem se aglomerar para formar grandes planetas, como foi mostrado pelo físico James C. Maxwell. Além disso, a teoria de Laplace foi criada para explicar as regularidades observadas no sistema solar. Pois bem: depois de seu trabalho, foram descobertos novos planetas e novos satélites, e notou-se que eles giravam ao contrário, violando as regras que haviam sido estabelecidas antes. Dois planetas descobertos, Urano e Netuno, bem como seus satélites, possuem rotação no sentido oposto ao dos outros planetas (rotação retrógrada). Mesmo Júpiter e Saturno possuem alguns satélites, desconhecidos na época de Laplace, que giram ao contrário dos outros. Como seria possível explicar tudo isso? É claro que uma explicação que possa valer para alguns dos planetas e satélites não vale para os outros. Por isso, uma explicação geral, unificada, sobre os movimentos de todos os planetas e satélites, não é possível. Vários autores se dedicaram a estudos detalhados de mecânica, para esclarecer alguns pontos da teoria de Laplace. No início do século XX, o astrônomo James Jeans realizou um importante trabalho, estudando as condições físicas para que uma nuvem possa começar a se contrair. Toda nuvem de matéria é constituída por partículas em movimento. Se a nuvem for muito pequena, essas partículas tendem a se dispersar pelo espaço, espalhar-se ao invés de se reunirem e formarem uma estrela ou planeta. Há, assim, um tamanho mínimo para a nuvem que pode começar a se contrair. Esse tamanho depende da temperatura da nuvem (quanto mais quente, mais difícil é que ela se condense) e da sua densidade (se a densidade for grande, a atração gravitacional também será maior, e será mais fácil que a nuvem se concentre). Jeans deduziu que o raio mínimo R para que ocorra a contração da nuvem é dado por: |
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CRONO LOGIA |