Capítulo 7: Kant e Laplace: A Formação do Sistema Solar |
TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO |
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Após a formação dos anéis, Laplace imagina
que eles se quebrariam, e que surgiriam condensações em vários
locais, que iriam atraindo a matéria próxima, formando assim
os planetas.
Laplace tenta também explicar, por sua teoria, o motivo pelo qual os planetas e seus satélites giram todos no mesmo sentido. Vê-se, por este curto resumo, que a teoria de Laplace é muito menos ambiciosa do que a de Kant. Ele não pretende estudar o universo como um todo, e nem mesmo discute a natureza de nossa galáxia ou sua rotação. Quer apenas compreender a formação do sistema solar para explicar as características mais gerais do movimento dos planetas.
É muito curioso que, na época de Laplace, são abandonadas
algumas idéias de Kant que, atualmente, aceitamos. O estudo das
nebulosas, no início do século XIX, parecia indicar que elas
eram nuvens gasosas, e não aglomerados de estrelas. Por isso, passou-se
a aceitar que as nebulosas eram estrelas ou sistemas solares em fase de
condensação, e não imensos sistemas, semelhantes à
nossa galáxia. O universo, assim, voltou a diminuir: durante o século
XIX, a concepção aceita por quase todos era de que o universo
se restringia à nossa galáxia, cercada por um profundo espaço
infinito, vazio e negro.
7.6 PROBLEMAS DA TEORIA DE LAPLACE Mas voltemos ao sistema solar. Embora Laplace fosse um excelente matemático e físico, sua teoria é qualitativa: ele não procura calcular o que deveria ocorrer em cada etapa da evolução da nuvem que vai formar o sistema solar. Mas há algo pior ainda: logo que outros pesquisadores resolveram fazer esses cálculos, notaram que a teoria de Laplace levava a resultados absurdos.
Os dois problemas mais graves são a distribuição de
movimento de rotação entre o Sol e os planetas; e o sentido
de rotação dos planetas e dos seus satélites. O primeiro
problema pode ser assim descrito: no modelo de Laplace, a nuvem inicial
já está girando; à medida que ela se contrai, ela
vai abandonando uma pequena parte de sua massa sob a forma de aneis, que
vão formar os planetas; quase toda a massa inicial vai se concentrar
e formar o Sol e, por isso, quase todo o movimento inicial de rotação
(o chamado “momento angular”) deveria estar concentrado no Sol. Mas o cálculo
mostrou que quase todo o movimento de rotação do sistema
solar está nos planetas e não no Sol[1].
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CRONO LOGIA |