Capítulo 7: A Varíola e a Descoberta da Vacinação

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

         Um outro processo para proteger contra a varíola foi desenvolvido na China. Conta-se que uma monja chinesa vivia como eremita em uma montanha próxima ao Tibet. Para proteger as crianças, ele preparou um pó utilizando cascas secas das feridas de varíola, que eram pulverizadas e misturadas com uma planta (Uvularia grandiflora). Em dias propícios, especialmente escolhidos, esse pó era soprado na narina de crianças sadias, utilizando-se um canudo de prata. Para as meninas, era utilizada a narina esquerda, e para os meninos, a direita. Essas crianças, após alguns dias, desenvolviam uma forma branda de varíola, recuperavam-se e ficavam depois protegidas durante o resto da vida contra a doença.
 

         Não se sabe atualmente como essa monja chegou a tal prática. A população da época a atribuiu a uma inspiração divina.
 


Os chineses protegiam as crianças contra a varíola soprando em suas narinas um pó tirado das feridas dos doentes.
         Os procedimentos desenvolvidos na Índia e na China são diferentes e parecem não ter se inspirado um no outro. Nos dois casos, pode-se supor que as pessoas perceberam que a varíola era transmissível e que o contato com as feridas aumentava a possibilidade de contágio. Devia existir, então, nas feridas, algum material que transmitia a doença. Por outro lado, sabia-se também que a enfermidade nunca atacava duas vezes a mesma pessoa. Podia-se portanto tentar transmitir a doença a pessoas fortes, sadias, para que elas ficasse protegidas da doença. No entanto, era impossível prever o que aconteceria. Poderia acontecer que as pessoas que fossem artificialmente contagiadas morressem. Por sorte, verificou-se que isso não acontecia, e os processos passaram a ser aplicados com sucesso.

         A varíola artificial não era totalmente segura. Na Índia, aparentemente, uma pessoa em cada 500 inoculadas morria. No entanto, a doença era tão comum e tão grave, que o risco parecia pequeno e valia a pena arriscar-se.

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