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9.6 O ETERNO
RETORNO DEFENDIDO POR CIENTISTAS
Svante Arrhenius, químico que propôs uma teoria de emissão
de partículas pelas estrelas.
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Outras pessoas propuseram, no início do século XX, hipóteses
físicas para tentar salvar o universo da “morte térmica”.
O químico sueco Svante Arrhenius (1859-1927) propôs uma concepção
bastante interessante. Ele supôs que as estrelas, ao mesmo tempo
que emitem luz e calor, estariam também emitindo pequenas partículas
para fora. Essas partículas seriam empurradas para longe das estrelas
pela própria pressão exercida pela luz da estrela. No espaço
interestelar, essas partículas poderiam ser reunir, por atração
mútua, formar partículas maiores e cair sobre a mesma ou
sobre outras estrelas. Ao se chocarem contra a estrela, haveria libertação
de energia e pulverização das partículas maiores,
podendo haver novamente emissão de partículas, e assim por
diante, indefinidamente.
Por outro lado, mesmo se uma estrela acabasse por se apagar, ela poderia,
depois de muito tempo, acabar se chocando contra uma outra estrela (luminosa
ou apagada), pois as estrelas não estão paradas no espaço.
Essa colisão, violentíssima, produziria a libertação
de grande quantidade de energia |
e poderia reativar a estrela, ou pulverizá-la,
produzindo uma grande nuvem que depois poderia se contrair e virar uma
nova estrela.
Embora os mecanismos propostos por Arrhenius sejam interessantes, eles
não podem impedir a morte térmica do universo. Nenhum desses
processos pode recuperar toda a energia perdida pelas estrelas. Esses e
outros processos poderiam reativar parcialmente as estrelas, retardando
a morte do universo; mas aos poucos a energia iria se perdendo pelo espaço,
sob forma de luz e radiação, sem retorno.
Em 1931, a idéia de um “eterno retorno” foi revivida pelo cientista
inglês Arthur Eddington (1882-1944). Em uma conferência muito
famosa, apresentada em uma reunião da Sociedade de Matemática
de Londres, ele discutiu a questão da “morte térmica” do
universo, tomando como ponto de partida as leis da termodinâmica. |
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