Capítulo 11: Aperfeiçoamento e Dificuldades da Teoria Microbiana

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         Até aí, o trabalho de Koch nada tinha de novo. No entanto, para poder provar que eram esses bacilos que produziam a doença e não qualquer outra substância ou microorganismo invisível, Koch sentiu a necessidade de isolá-los do organismo animal.

         Se aqueles seres eram realmente vivos, devia ser possível fazer com que eles se reproduzissem em uma cultura. Koch testou vários meios de cultura, utilizando as substâncias a seu dispor e refinando os meios de impedir que a cultura fosse contaminada por outros microorganismos. Acabou por desenvolver uma técnica de manter uma gota líquida entre duas placas de vidro. Colocando um pouco do sangue contaminado nesse material e mantendo a temperatura adequada, Koch foi capaz de observar, ao microscópio, a reprodução dos bacilos.

         Após permitir a reprodução dos microorganismos, Koch diluía o líquido e separava uma parte para novo processo de crescimento dos bacilos, de tal forma que as outras substâncias do sangue que estavam presentes inicialmente ficassem cada vez mais diluídas. Apesar disso, o líquido sempre produzia os mesmos efeitos nos ratos: eles morriam e seu sangue se mostrava repleto dos mesmos microorganismos.

         O estudo de Koch tinha um aspecto que faltava às pesquisas de Davaine: ele conseguia estudar os microorganismos em um meio de cultura, fora dos animais, conseguia reproduzi-los, isolá-los de outras substâncias ou microorganismos, e provocar a doença com esse material.

         Com a adição desse novo passo, Koch desenvolveu um método de estudos que lhe pareceu protegido contra qualquer crítica. Seria possível afirmar que um microorganismo é a causa de uma doença nas seguintes condições: o mesmo parasita deve encontrar-se em todos os casos da doença; ele não deve ocorrer em qualquer outra enfermidade por acaso, nem como parasita não patogênico; deve ser possível cultivá-lo e isolá-lo inteiramente, mantendo-o em cultura pura; deve ser possível reproduzir com essa cultura a doença em animais de laboratório; ele deve ser obtido novamente a partir do animal inoculado.

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