Capítulo 6: Do Período das Grandes Descobertas ao Século XVIII

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         Todos esses cuidados reduziram, mas não eliminaram a doença. Talvez houvesse outra explicação para ela. Ninguém tinha dúvida de que os pecados da população eram a principal causa da epidemia, mas isso era algo difícil de controlar.

         Em 1691, a febre amarela mata um marinheiro em um navio que havia partido do Recife para Portugal. Um outro marinheiro abriu o cadáver para estudá-lo e encontrou muitos vermes intestinais no morto. Concluiu que a causa da doença eram lombrigas. Tratou a si próprio e a todos os outros marinheiros com emplastros e remédios para vermes, e não houve outras mortes na tripulação. Diante desse enorme sucesso, muitos passaram a acreditar que a febre amarela era uma doença produzida por vermes.

         Em dezembro de 1694, ocorreu um eclipse do Sol, observado em Recife. Isso pareceu um mau presságio e, como era de se esperar, logo aumentou a epidemia. O número de mortes foi muito grande, em 1695. Depois, a doença diminuiu, acabando por desaparecer gradativamente, sem que se soubesse o motivo.

         Também na Bahia a febre amarela surgiu aproximadamente na mesma época: em 1686, ou seja, o ano seguinte ao seu aparecimento em Recife. Houve dias em que chegaram a morrer 200 pessoas atacadas pela "bicha". Em desespero, a população apelou aos céus. No dia 10 de maio de 1686, uma procissão conduziu a imagem de São Francisco Xavier pela cidade, pedindo ao santo que acabasse com a epidemia. Logo depois, a doença começa a diminuir. O santo milagroso se tornou o padroeiro da Bahia e sua procissão foi repetida ano após ano, para proporcionar proteção à cidade. Em 1692, o padre Antonio Vieira declarou o fim da epidemia, que havia atingido 25.000 pessoas.

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