Capítulo 3: O Pensamento Filosófico e a Origem do Universo

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

.
O raio se estendeu através deles.
O que estava embaixo, e o que estava acima?
Havia inseminadores, havia poderes,
autonomia embaixo e energia além.
        Depois, no final do hino, o seu autor apresenta a questão básica: como se pode conhecer o que havia no início de tudo? Ele coloca em dúvida que os próprios deuses, ou mesmo o deus supremo, possam saber isso:
Quem realmente sabe, quem poderia dizer
de onde brotou, de onde provém esta criação?
Os deuses são posteriores à sua produção.
Quem sabe então de onde ela surgiu?

De onde brotou esta criação,
se ela foi feita ou não o foi,
ele que a observa do mais alto dos céus,
ele realmente o sabe, ou talvez nem ele o saiba.

        Tentar interpretar todo esse hino exigiria um enorme número de páginas. Ele busca compreender o início absoluto de tudo. Aquilo de onde tudo vem, não era nada do que conhecemos, e só pode, por isso, ser descrito através de símbolos ou de paradoxos: era uma unidade, que respirava sem que existisse o vento (ou ar); não havia o ser, nem o não-ser; não havia morte, nem imortalidade. Não existiam os opostos que podemos conhecer pelo nosso pensamento. Como, então, conhecer esse princípio? Os deuses não presenciaram esse início, pois surgiram depois dele; por isso, nem eles podem nos ensinar isso. Não nos adianta procurar textos sagrados, revelações religiosas.

        No entanto, há algo de positivo nesse hino: “A união do ser ao não-ser foi descoberta pelos sábios que refletiram sobre o que contemplaram em seus corações.” Ou seja: existe um processo de conhecimento que pode chegar àquilo que está, aparentemente, fora do alcance dos próprios deuses. Os sábios descobriram essa “união do ser ao não-ser” voltando-se para dentro de si próprios, isto é, pela meditação.

.
Página anterior
33
Próxima página

INTRO DUÇÃO
CAP. 01
CAP. 02
CAP. 03
CAP. 04
CAP. 05
CAP. 06
CAP. 07
CAP. 08
CAP. 09
CAP. 10
CAP. 11
CAP. 12
CRONO LOGIA