Capítulo 2: O Mito Filosófico na Grécia e na Índia |
TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO |
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A crítica à mitologia mais popular não leva, necessariamente,
à negação da religião. Mas certamente levou
ao seu enfraquecimento, entre as pessoas mais cultas.
Como veremos mais adiante, alguns filósofos gregos, como Demócrito e Epicuro, negaram a própria existência de deuses sobrenaturais. Desenvolveram uma teoria atomista, na qual tudo o que existe é formado por átomos. Nessa sua visão, não existem espíritos imateriais e poderiam existir certos “deuses”, mas formados de átomos e portanto materiais, que depois se dissolveriam como qualquer outra coisa. Os mitos, por isso, não tinham valor e precisavam ser substituídos por um conhecimento racional do mundo – algo como nossa idéia de ciência. À medida que se enfraqueceu a crença nos mitos, surgiram entre os filósofos gregos várias interpretações para eles. Alguns pensadores, como Crisipo, interpretaram os mitos como alegorias, como representações simbólicas de outra coisa: fenômenos físicos ou celestes, ou mesmo ensinamentos éticos, representados sob a forma de mitos. Outros, como Evêmero, supuseram que os mitos eram histórias de antigos reis e heróis, que a tradição havia divinizado, transformando fatos antigos, reais, em histórias exageradas e fabulosas, de seres sobrenaturais. Essa queda da crença dos mitos levou a dois desenvolvimentos importantes, na filosofia grega. Por um lado, ao desenvolvimento de interpretações simbólicas dos mitos e à tentativa de extrair deles ensinamentos filosóficos gerais. Por outro lado, ao desenvolvimento de concepções filosóficas que substituíssem os mitos e que permitissem compreender o universo e sua origem, sem a intervenção de deuses. |
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CRONO LOGIA |