Capítulo 2: O Mito Filosófico na Grécia e na Índia

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Também entre os gregos houve mitos que descreviam a Terra e o Céu como oriundos da ruptura de um ovo. Em um deles, o Tempo (Chronos) gera Phanes, um deus da luz, o qual produz a Noite; e a Noite produz o ovo de onde saem a Terra e o Céu. Em outra versão, o Tempo produz o Caos e o Éter; esses se unem e produzem um ovo, do qual brotam a Terra, o Céu e Phanes. No mito indiano, o deus primordial produz o ovo e ele próprio nasce do ovo, sob uma outra forma.

        O mito apresentado pelo Código de Manu prossegue, indicando que Brahmà, o criador, produz logo em seguida a mente, o ego e as substâncias fundamentais. Após a criação da matéria e do espírito, ele se põe a formar as diferentes criaturas e a estabelecer as leis naturais. Como nos mitos babilônico e judaico, ele dá nomes às coisas.

De acordo com as palavras dos Vedas, ele (Brahmà) assinalou  desde o início os nomes e as atividades próprias a cada criatura, e as leis próprias a cada uma. 
        As palavras são, na tradição indiana, a essência das próprias coisas. Por isso, o Código de Manu afirma que os hinos sagrados (os Vedas) deram o nome de cada coisa; e esses hinos, por sua vez, foram tirados do Fogo, do Vento e do Sol, ou seja, das forças da natureza.
 

    2.6 OS CICLOS DO UNIVERSO NO PENSAMENTO INDIANO

        No Código de Manu aparece um aspecto original e interessante: o universo não é criado apenas uma vez. Ele é cíclico, sendo repetidamente criado e destruído. O narrador do mito diz que Brahman passa por etapas de repouso (ou sono) e outras etapas em que está desperto.

Quando este deus desperta, então o mundo se coloca em movimento. Quando adormece pacificamente, então tudo se dissolve.
Em seu tranquilo sono, os seres corpóreos feitos para a ação deixam de agir, e o espírito deles cai nas trevas.
Quando todos juntos se dissolvem nesta grande Alma, então ela, a alma de todos os seres, dorme feliz, em paz.
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