Capítulo 2: O Mito Filosófico na Grécia e na Índia

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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    2.3 KRÓNOS – O DOMÍNIO DO TEMPO NO UNIVERSO

        A Teogonia de Hesíodo descreve que o Céu não permitia que os filhos da Terra saíssem de dentro dela. Revoltada contra o Céu, a Terra pediu a seu filho caçula, Krónos, que terminasse com essa situação de sofrimento. Ela lhe dá uma foice e o esconde. Quando, ao cair da noite, o Céu estrelado surge e se deita sobre a Terra, Krónos sai de seu esconderijo e, com a foice, corta os órgãos genitais de seu pai e os lança para longe. A partir de então, termina o domínio do Céu e começa o de Krónos.

Representação de Kronos: Um velho com asas segurando uma foice.
        Krónos representa o tempo (daí vem a palavra “cronômetro”: medidor de tempo). Krónos é uma força que produz todas as coisas e que, ao mesmo tempo, destrói e devora tudo o que gerou. Por isso, no mito, é um pai que devora os próprios filhos.

        Na mitologia romana, que se baseou na mitologia grega, Krónos recebe o nome de Saturno. Ele é representado como um velho, com uma foice. Esse instrumento que representa ao mesmo tempo o instrumento utilizado para mutilar o Céu e o poder destruidor do tempo. A imagem desse velho com a foice, até os tempos atuais, é também utilizada para representar o tempo ou o “ano velho”.

        Após ser destronado por seu filho, Oúranos disse a Krónos que ele próprio seria derrubado por um de seus filhos. Krónos, unindo-se a sua irmã Réia, teve seis filhos, mas logo que eles nasciam ele os devorava, para que nenhum pudesse destroná-lo. Os seis filhos foram Héstia, Hera, Deméter (femininas) e Hades, Posídon e Zeus (masculinos). Todos eram engolidos, mas Réia ocultou o último filho, Zeus, entregando a Krónos apenas uma pedra envolta em panos, que ele engoliu pensando ser seu filho.

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