Capítulo 8: As Concepções Sobre o Infinito, Tempo e Espaço

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Pode parecer que esse argumento é tolo e que está errado, pois as estrelas ficam, aparentemente, cada vez menores, à medida que estão mais distantes; por isso, somente as estrelas próximas são visíveis. Mas não é bem assim. À medida que consideramos distâncias cada vez maiores, é claro que o tamanho aparente de cada estrela deve diminuir, mas em compensação estaremos captando a luz de um número cada vez maior de estrelas. 

        De acordo com esse raciocínio, se o espaço for infinito e houver estrelas espalhadas por todo o espaço, o céu deveria ser todo luminoso, tão brilhante quanto a superfície do Sol (e, é claro, ficaríamos todos torrados por essa radiação). Por que isso não ocorre? Há várias possibilidades: ou o espaço não é infinito; ou ele não é todo cheio de estrelas; ou há alguma coisa que absorve a luz das estrelas mais distantes.

        Olbers escolhe a última alternativa. Mas essa escolha não resolve todos os problemas. Suponha que existe por todo o espaço algum tipo de poeira cósmica (isso não é impossível). Essa poeira poderia ir absorvendo a luz das estrelas e, se as estrelas estiverem muito distantes de nós, sua luz poderia não chegar até aqui e só poderíamos ver estrelas que estivessem até uma certa distância.

        O problema parece resolvido, mas é preciso perguntar: o que acontece com a energia que essa poeira vai absorvendo? Nenhum tipo de matéria pode absorver energia indefinidamente. Durante algum tempo, a poeira poderia ir acumulando energia, mas depois ela teria que desprender a energia que fosse recebendo - sob a forma de luz ou de calor. Chegaria um instante em que a energia recebida pela poeira se tornaria igual à energia emitida no mesmo tempo, ou seja, a poeira já não serviria mais de barreira, pois ela própria estaria emitindo radiação. Mesmo se o céu não ficasse todo luminoso, nós também morreríamos torrados.

        Há, portanto, problemas físicos importantes a serem considerados quando se pensa em um universo infinito. Mas essa discussão de Olbers não despertou nenhum interesse, na época em que foi publicada.

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