Capítulo 8: As Concepções Sobre o Infinito, Tempo e Espaço |
TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO |
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Portanto, nenhum deus “razoável” poderia escolher o instante de
criação do universo, nem ele poderia ter surgido em algum
instante, sozinho. Portanto, um início do universo é impensável.
Se o universo existe (e parece que ele existe), então ele deve ter
existido sempre. Ou seja: deve existir há um tempo infinito.
8.1.3 O passado não tem nem extensão finita, nem infinita Como Kant resolve tudo isso? Ele simplesmente não conclui nada, ou conclui alguma coisa? Ele conclui, em primeiro lugar, que o problema todo foi mal colocado. Desde o início, só se pensou em duas alternativas: ou o universo tem uma duração passada infinita, ou essa duração é finita. Parece não existir nenhuma outra alternativa. Mas existe. Kant faz uma comparação: Se dissermos: “Todo corpo tem ou um bom aroma ou um mau aroma”, estaremos esquecendo de um terceiro julgamento possível: pode não ter aroma nenhum; e assim, ambas as afirmações podem ser falsas.Uma coisa pode não ser finita nem infinita. Essas não são as duas únicas possibilidades. O tempo passado terá que ser finito ou infinito se ele possui uma extensão determinada. Mas há outra possibilidade: o tempo passado pode não ser algo que exista por si próprio e que possua uma extensão. Ele pode ser apenas algo que utilizamos em nossa concepção sobre a realidade, uma forma de nossa intuição, sem existir fora de nós. Quando tentamos pensar sobre o passado, nosso pensamento sempre pode procurar por algo anterior a qualquer tempo dado. Não podemos pensar em um limite para o tempo. Mas também não podemos pensar nele como infinito. Ele deve ser pensado, então, como algo indefinido. É algo sem limites, que pode ir sendo sempre prolongado pelo pensamento - pois, na verdade, o tempo está em nós e não fora de nós. O tempo passado não é uma “coisa” infinita. |
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CRONO LOGIA |