Capítulo 8: As Concepções Sobre o Infinito, Tempo e Espaço |
TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO |
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As duas “provas” apresentadas por Kant são negativas, ou seja, em
cada “prova” ele combate a idéia oposta e tenta, assim, concluir
(por redução ao absurdo) a favor de sua idéia. O que
os argumentos mostram, se ambos forem corretos, é que o universo
nem pode ter uma duração finita nem uma duração
infinita.
Os argumentos de Kant são muito difíceis, mas vamos tentar
compreendê-los.
8.1.1 Primeiro argumento (contra o passado infinito) Tentemos, primeiramente, ver se é admissível a concepção de um tempo infinito no passado. Se isso for possível, podemos imaginar dois instantes do universo, A e B, um deles (A) em um passado infinitamente distante, e o outro (B) na atualidade. Se já se passou um tempo infinito, no passado, pode haver um tempo infinito entre A e B. Inicialmente, isso não parece absurdo. Mas, agora, pensemos em A como sendo o presente (ou imaginemos uma pessoa em A, pensando sobre o futuro). Nesse caso, B estará em um futuro infinitamente distante. Por mais tempo que passe a partir de agora (A), não é possível se pensar que vai passar um tempo infinito e que vai chegar o instante B, pois o tempo futuro infinito é exatamente aquilo que nunca se pode alcançar, por mais tempo que passe. A partir de A, não se pode conceber que, depois de algum tempo, chegue o instante B. Por isso, não se pode conceber dois instantes de tempo separados por um tempo infinito. É absurda a idéia inicial de que se podia pensar sobre um instante A, no passado, que tivesse ocorrido há um tempo infinito, em relação a B. Esse argumento é muito forte. Se você o compreendeu, deve estar pensando que, já que não se pode pensar em um tempo infinito no passado, para o universo, deve-se concluir que o passado é finito. Mas Kant está brincando conosco, e vai provar que isso também é impossível. |
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CRONO LOGIA |