Capítulo 5:O Período Medieval

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

.
A praga [pestilentia] é um contágio que, ao atingir uma pessoa, se espalha rapidamente para várias outras. Ela surge do ar corrompido [corrupto aëre], e penetrando nas vísceras se estabelece nelas. Embora esta doença geralmente surja por potências aéreas, no entanto ela nunca pode surgir sem a vontade do Todo Poderoso Deus. 
         Nota-se aqui idéias semelhantes às de Lucretius, embora menos elaboradas.

         Houve, no período medieval, um grande aumento da lepra, na Europa. Sabia-se que essa enfermidade era contagiosa, e os leprosos eram banidos da sociedade. Somente podiam se aproximar de outras pessoas tocando matracas, para que todos pudessem reconhecê-los e prevenir-se do contágio.

         A influência do cristianismo na Medicina, durante essa fase, foi negativa. Ressurgiu fortemente a idéia de que a doença era o fruto do pecado. A possessão pelos demônios e a feitiçaria também eram aceitas como causas de enfermidades. Assim sendo, o tratamento principal era pelo arrependimento, pela oração, sacrifícios, etc. O uso de remédios se torna secundário, e deveria ser acompanhado pela oração, como esta, recomendada pelo médico cristão Aetius de Amida (século VI): "Que o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó, dê a este medicamento o poder."
 

Nos mosteiros medievais, os doentes eram tratados com orações e remédios.
         Nesse período - e especialmente no século VII - surge o culto popular aos santos curadores. Cosme e Damião, dois irmãos cristãos que haviam sido mártires na Sicília, tornam-se importantes santos médicos. Posteriormente, São Sebastião e São Roque são invocados contra a praga . As peregrinações ou o contato com objetos sagrados são considerados como excelentes para produzir curas de doenças graves.

         Os textos médicos medievais europeus, até o século IX, são em geral compilações simplificadas, tiradas em geral de fontes gregas. Alguns são simples listas de drogas e suas indicações. Torna-se cada vez mais rara a leitura das obras originais de Hipócrates ou Galeno, nessa época.

.
Página anterior
62
Próxima página

INTRO DUÇÃO
CAP. 01
CAP. 02
CAP. 03
CAP. 04
CAP. 05
CAP. 06
CAP. 07
CAP. 08
CAP. 09
CAP. 10
CAP. 11
CAP. 12
CRONO LOGIA