Capítulo 7: Kant e Laplace: A Formação do Sistema Solar

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Kant propõe, então, que todas as estrelas que vemos pertencem a uma espécie de sistema solar gigantesco. Nesse sistema, ao invés de planetas, haveria milhares de estrelas girando em torno de um centro. Todas essas estrelas estariam próximas a um certo plano, assim como os planetas se movem em torno do Sol praticamente em um único plano. O Sol, sendo uma estrela, estaria também dentro desse sistema girante de estrelas e, por estar próximo também a esse plano, vemos a partir daqui essa faixa de estrelas cercando-nos como se fosse em um anel. Assim como no sistema solar os planetas não se movem exatamente em um plano, os sistema de estrelas também não é totalmente achatado, mas tem estrelas que se afastam um pouco desse plano principal. Essas são as estrelas que observamos fora da Via Láctea.
 

Kant supôs, em meados do século XVIII, qua Via Láctea seria um gigantesco disco de estrelas. As galáxias NGC224 (esquerda) e NGC4594 (direita), fotografadas dois séculos mais tarde. mostram a estrutura imaginada por Kant.
         Se fosse possível ver esse conjunto de estrelas de fora dele – e não de dentro, do ponto onde estamos – ele pareceria um disco, de pequena espessura, luminoso e girando.

        Kant dá um motivo muito importante para se acreditar nesse grande sistema em rotação: se as estrelas estivessem inicialmente paradas umas em relação às outras, elas não poderiam ficar paradas para sempre, pois existe a atração gravitacional entre elas. Embora elas estejam muito distantes umas das outras, essa força deve existir e acabaria por atrair e aproximar todas as estrelas entre si; elas se chocariam e haveria uma destruição total.

        Como vimos, Newton havia pensado nesse problema, mas havia dito simplesmente que Deus havia colocado as estrelas muito distantes umas das outras para que isso não acontecesse. A idéia de Newton não é muito boa: por maior que seja essa distância, a atração deve existir e, em um tempo infinito, acabaria por aproximar todas as estrelas e fazer com que elas se chocassem umas com as outras. Mas, admitindo-se que elas giram em torno de um centro comum, essa rotação as mantêm afastadas, ao invés de se unirem e se destruírem.

        A proposta de Kant é muito interessante, e totalmente em harmonia com a física newtoniana. Mas ele vai mais longe: ele vai indicar outras evidências de que existe esse sistema de estrelas, estudando as nebulosas.

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