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Na época de Kant, eram conhecidas no céu as “nebulosas”:
certos corpos celestes que, vistos ao telescópio, pareciam pequenas
nuvens muito distantes, com um brilho fraco. Daí vinha seu nome
(“nebula” = nuvem ou névoa, em latim). Kant chama a atenção,
primeiramente, para a forma das nebulosas descritas pelo matemático
Maupertuis: elas eram vistas com uma forma aproximadamente elíptica.
Maupertuis acreditava que elas eram estrelas muito grandes e que tinham
uma forma achatada por estarem girando rapidamente. Mas Kant coloca em
dúvida essa interpretação: se fossem estrelas gigantescas,
elas não deveriam ser mais brilhantes do que qualquer outra estrela,
que parece um simples ponto vista ao telescópio? Kant sugere, então,
que as nebulosas elípticas sejam imensos conjuntos de estrelas,
mas tão distantes que não é possível ver separadamente
essas estrelas.
Esses conjuntos seriam exatamente semelhantes àquilo que Kant concebe
para as estrelas que nos cercam: imensos conjuntos de estrelas, formando
uma espécie de disco de pequena espessura. Se |
As nebulosas também foram objeto de estudo de Kant. Acima, uma
fotografia da nebulosa Carina.
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esse disco for visto de um certo ângulo,
ele terá a aparência de uma elipse e não de um círculo.
Essa era, exatamente, a aparência das nebulosas elípticas.
Portanto, a existência das nebulosas é uma confirmação
das idéias de Kant.
Muito depois, quando essas idéias foram aceitas, o nome “galáxia”
foi generalizado para todos esses enormes grupos de estrelas, que ficam
fora de nosso sistema.
Assim, existiriam no universo diferentes sistemas de corpos celestes. Os
menores de todos seriam os planetas com suas luas, que podem ser comparados
com sistemas solares em miniatura. Depois, em tamanho, haveria o sistema
solar e, provavelmente, sistemas semelhantes em torno de outras estrelas.
Depois, os grandes sistemas formados por milhares de estrelas, girando
em torno de um centro comum, como o conjunto de estrelas da Via Láctea
ou os conjuntos de estrelas das nebulosas. Kant chega a sugerir que podem
existir sistemas ainda maiores, constituídos por conjuntos de nebulosas
girando em torno de um centro. |
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