Capítulo 7: Kant e Laplace: A Formação do Sistema Solar

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Na época de Kant, eram conhecidas no céu as “nebulosas”: certos corpos celestes que, vistos ao telescópio, pareciam pequenas nuvens muito distantes, com um brilho fraco. Daí vinha seu nome (“nebula” = nuvem ou névoa, em latim). Kant chama a atenção, primeiramente, para a forma das nebulosas descritas pelo matemático Maupertuis: elas eram vistas com uma forma aproximadamente elíptica.
 
        Maupertuis acreditava que elas eram estrelas muito grandes e que tinham uma forma achatada por estarem girando rapidamente. Mas Kant coloca em dúvida essa interpretação: se fossem estrelas gigantescas, elas não deveriam ser mais brilhantes do que qualquer outra estrela, que parece um simples ponto vista ao telescópio? Kant sugere, então, que as nebulosas elípticas sejam imensos conjuntos de estrelas, mas tão distantes que não é possível ver separadamente essas estrelas.

        Esses conjuntos seriam exatamente semelhantes àquilo que Kant concebe para as estrelas que nos cercam: imensos conjuntos de estrelas, formando uma espécie de disco de pequena espessura. Se 


As nebulosas também foram objeto de estudo de Kant. Acima, uma fotografia da nebulosa Carina.
esse disco for visto de um certo ângulo, ele terá a aparência de uma elipse e não de um círculo. Essa era, exatamente, a aparência das nebulosas elípticas. Portanto, a existência das nebulosas é uma confirmação das idéias de Kant.

        Muito depois, quando essas idéias foram aceitas, o nome “galáxia” foi generalizado para todos esses enormes grupos de estrelas, que ficam fora de nosso sistema.

        Assim, existiriam no universo diferentes sistemas de corpos celestes. Os menores de todos seriam os planetas com suas luas, que podem ser comparados com sistemas solares em miniatura. Depois, em tamanho, haveria o sistema solar e, provavelmente, sistemas semelhantes em torno de outras estrelas. Depois, os grandes sistemas formados por milhares de estrelas, girando em torno de um centro comum, como o conjunto de estrelas da Via Láctea ou os conjuntos de estrelas das nebulosas. Kant chega a sugerir que podem existir sistemas ainda maiores, constituídos por conjuntos de nebulosas girando em torno de um centro.

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