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Foi Copérnico quem conseguiu, pela primeira vez, estabelecer as
distâncias dos vários planetas. Em linhas gerais, a estrutura
do sistema solar proposta por ele ainda é aceita. Na sua teoria,
Mercúrio era o mais próximo ao Sol, seguido de Vênus,
da Terra, Marte, Júpiter e, por fim, Saturno. Ele foi capaz de comparar
essas distâncias, e mostrar, por exemplo, que a distância de
Saturno ao Sol é cerca de 10 vezes maior do que a distância
entre a Terra e o Sol; e que a distância de Mercúrio ao Sol
é pouco mais de um terço da distância da Terra ao Sol.
As distâncias das estrelas não podiam ser determinadas: mas
Copérnico supôs que eram muito mais distantes do que Saturno.
A teoria de Copérnico não foi aceita, logo que foi proposta,
por muitos motivos. Ela colidia com toda a ciência de sua época
e parecia em contradição com os fatos conhecidos. Não
sentimos nenhum efeito do movimento da Terra. Se ela se movesse, não
deveria surgir algum efeito disso? Além de ser estranha, ela entrava
também em conflito com toda a tradição cultural e
religiosa. Foi, por isso, considerada como uma hipótese curiosa
e engenhosa, que permitia fazer cálculos astronômicos, mas
que não descrevia a realidade.
No entanto, algumas pessoas começam a se convencer de que a teoria
de Copérnico era verdadeira. Um deles foi o italiano Giordano Bruno.
Ele aceitou e levou a teoria heliocêntrica de Copérnico às
suas conseqüências mais extremas, do ponto de vista filosófico.
Admitiu que as estrelas estão muito mais distantes de nós
do que qualquer planeta ou do que o Sol, e que são outros tantos
sóis, com planetas à sua volta. O nosso mundo, com a Terra,
o Sol, a Lua e os planetas, seria apenas um dos infinitos mundos em um
universo infinito. Todos ou muitos desses mundos poderiam ser habitados.
A humanidade não teria impor- |
A concepção do universo segundo Copérnico: o Sol
ocupa o centro do universo, cercado pelas esferas nas quais se movem os
diversos planetas.
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tância nenhuma para o universo
como um todo, sendo ridículo pensar que tudo pudesse ter sido criado
para o homem.
Em uma de suas obras, “A ceia dos penitentes”, Bruno considera que Copérnico
libertou a humanidade de uma prisão intelectual, expandindo o universo
até o infinito: |
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