Capítulo 6: O Pensamento Científico Moderno e a Origem do Mundo

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Foi Copérnico quem conseguiu, pela primeira vez, estabelecer as distâncias dos vários planetas. Em linhas gerais, a estrutura do sistema solar proposta por ele ainda é aceita. Na sua teoria, Mercúrio era o mais próximo ao Sol, seguido de Vênus, da Terra, Marte, Júpiter e, por fim, Saturno. Ele foi capaz de comparar essas distâncias, e mostrar, por exemplo, que a distância de Saturno ao Sol é cerca de 10 vezes maior do que a distância entre a Terra e o Sol; e que a distância de Mercúrio ao Sol é pouco mais de um terço da distância da Terra ao Sol. As distâncias das estrelas não podiam ser determinadas: mas Copérnico supôs que eram muito mais distantes do que Saturno.
 
        A teoria de Copérnico não foi aceita, logo que foi proposta, por muitos motivos. Ela colidia com toda a ciência de sua época e parecia em contradição com os fatos conhecidos. Não sentimos nenhum efeito do movimento da Terra. Se ela se movesse, não deveria surgir algum efeito disso? Além de ser estranha, ela entrava também em conflito com toda a tradição cultural e religiosa. Foi, por isso, considerada como uma hipótese curiosa e engenhosa, que permitia fazer cálculos astronômicos, mas que não descrevia a realidade.

        No entanto, algumas pessoas começam a se convencer de que a teoria de Copérnico era verdadeira. Um deles foi o italiano Giordano Bruno. Ele aceitou e levou a teoria heliocêntrica de Copérnico às suas conseqüências mais extremas, do ponto de vista filosófico. Admitiu que as estrelas estão muito mais distantes de nós do que qualquer planeta ou do que o Sol, e que são outros tantos sóis, com planetas à sua volta. O nosso mundo, com a Terra, o Sol, a Lua e os planetas, seria apenas um dos infinitos mundos em um universo infinito. Todos ou muitos desses mundos poderiam ser habitados. A humanidade não teria impor-


A concepção do universo segundo Copérnico: o Sol ocupa o centro do universo, cercado pelas esferas nas quais se movem os diversos planetas.
tância nenhuma para o universo como um todo, sendo ridículo pensar que tudo pudesse ter sido criado para o homem.

        Em uma de suas obras, “A ceia dos penitentes”, Bruno considera que Copérnico libertou a humanidade de uma prisão intelectual, expandindo o universo até o infinito:

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