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Na época em que as grandes navegações levaram os europeus
à América, à Ásia e ao sul da África,
ainda se acreditava que a Terra estava parada no centro do universo, imóvel.
Em torno dela, existiria uma camada de ar, de altura desconhecida; e, depois,
a série de cascas esféricas ou “orbes”, com os astros. O
orbe mais distante da Terra seria a esfera das estrelas fixas, onde estariam
todas as constelações. Esse orbe não seria muito distante:
apenas uma distância algumas vezes maior do que a que existe entre
o Sol e a Terra. As estrelas, presas a essa esfera mais distante, eram
imaginadas como coisas muito menores do que o Sol e semelhantes aos planetas.
O universo seria relativamente pequeno, indo apenas até onde nosso
olhar alcança. Depois disso, não existiria mais nada, ou
talvez um espaço vazio, ou ainda um caos impossível de ser
conhecido, ou o Céu divino. No centro de tudo, estaria a Terra e
o homem, para quem tudo foi criado, de acordo com a tradição
bíblica.
Como vimos, os atomistas defenderam a idéia de um universo infinito,
cheio de mundos de muitos tipos. Mas essa idéia não foi aceita,
durante o período medieval.
6.3 O MODELO
HELIOCÊNTRICO DE COPÉRNICO
Nicolau Copérnico, astrônomo que propôs o modelo
heliocêntrico para o universo.
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Nos séculos XVI e XVII, a Europa passa por uma fase de grande ebulição
intelectual e de renovação científica. Ao contrário
do período do Renascimento, no qual a Antigüidade era valorizada
acima de qualquer outra coisa, agora, no início da Idade Moderna,
os pensadores europeus adquirem uma grande independência e ousam
aventurar-se, como navegantes intelectuais, em novos mundos.
É no século XVI que surge Nicolau Copérnico (1473-1543)
e uma nova teoria astronômica. Como todos sabem, Copérnico
propõe uma teoria heliocêntrica, na qual o Sol é o
centro em torno do qual se movem todos os planetas; e a própria
Terra é tirada do centro do universo e considerada apenas como um
dos planetas, girando em volta do Sol. Mas a visão geral de Copérnico
não era totalmente diferente da antiga. Ele ainda acreditava em
orbes |
transparentes, encaixados e girando
uns dentro dos outros. A diferença é que eles estariam girando
em torno do Sol e não da Terra. |
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