Capítulo 3: O Pensamento Filosófico e a Origem do Universo

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Os elementos, em si, não são destruídos nem criados; apenas se unem e separam. Em um certo sentido, portanto, não existe nem nascimento nem morte: aquilo que realmente existe, existe sempre, mudando apenas suas combinações e sua aparência. 
Em cada ciclo do universo, haveria uma fase de destruição de todas as coisas. Empédocles descreve um tipo de turbilhão ou redemoinho, no qual todas as coisas iriam se misturando e se unindo entre si, pela força do Amor, até que se eliminassem todas as separações. A partir da união, por sua vez, surgiria a separação, quando o poder da Luta ou do Ódio fosse a mais forte. Inicialmente se separaria o ar, a partir da mistura que estaria girando. Em seguida, surgiria o fogo, que se afastaria do centro, depois a terra, que ficaria no centro.

         O Sol não seria formado de fogo, mas seria um tipo de objeto brilhante, capaz de refletir a luz do fogo celeste. A Lua, por sua vez, é descrita por Empédocles como sendo apenas iluminada pelo Sol. No processo de produção do mundo, a água seria, por fim, extraída da terra – seja por efeito da rotação do turbilhão, seja pelo aquecimento produzido pelo Sol, que faz a Terra “suar”.

        A idéia de ciclos do universo não é muito comum no pensamento grego. Ela aparece em outros autores, como Heráclito; mas não se sabe exatamente de onde ela possa ter se originado.

        No pensamento de Empédocles surge uma variedade de elementos, ao invés de um único princípio material. Essa idéia vai ser aproveitada pelos filósofos atomistas.
 

    3.6 A FILOSOFIA MATERIALISTA DOS ATOMISTAS
 
        O atomismo grego se inicia com Leucipo (da cidade chamada Mileto) e Demócrito (de Abdera), ambos do século V antes da era cristã. Novamente, pouco se sabe diretamente sobre suas concepções. Mas pode-se dizer que foram os primeiros gregos a admitir a existência de um espaço vazio, ou vácuo, no qual se moviam partículas eternas, imutáveis – os átomos. Até essa época, todos os outros filósofos havia concebido um universo totalmente preenchido pela matéria.

        Em um certo sentido, os atomistas mantêm a idéia de um princípio material de todas as coisas, que sempre existiu e nunca é destruído, pois os átomos são considerados eternos. Mas, ao contrários dos outros pré-socráticos, eles admitem uma grande variedade de tipos diferentes de átomos e, portanto, de princípios da matéria. Todas as coisas se formam, segundo eles, quando os átomos se unem; e são destruídas quando seus átomos se separam. Mas esses átomos continuam a existir e vão se reunir, depois, a outros átomos, para formar novos objetos.


Demócrito, um dos primeiros filósofos atomistas gregos.

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