Capítulo 2: O Mito Filosófico na Grécia e na Índia

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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Na idade Krita, os homens, sem doenças, sempre obtêm o que desejam e vivem 400 anos; mas na idade Trita e nas seguintes [Dvapara, Kali], sua existência diminui em um quarto.
A duração da vida dos mortais, declarada no Veda, os poderes e as recompensas pelas ações rituais, dependem da idade em que este mundo se encontra.
 Existem leis corretas para a idade Krita, outras na Trita ena Dvapara, e outras ainda na idade Kali, conforme se deterioram essas idades.
Na Krita-yuga, o essencial é a ação correta; na Trita, o conhecimento; na Dvapara, o sacrifício; na Kali, somente a bondade tem valor.
        Assim como na mitologia grega, também o Código de Manu irá indicar que vivemos atualmente na quarta era da humanidade – a mais decadente, a Kali-yuga ou “idade negra”.

        A idéia de uma decadência da humanidade, como já foi indicado, é bastante comum, quase universal. No entanto, a idéia de enormes ciclos do universo é uma concepção original indiana. De onde ela saiu?

        O Código de Manu não dá nenhuma indicação, mas o próprio nome utilizado para as eras (“Yuga”) permite descobrir a origem dessas idéias. A palavra “yuga” é um termo técnico utilizado pela antiga astronomia indiana. Ela significa “conjunção” de astros. Cada planeta, visto da Terra, se move pelo céu estrelado com uma velocidade diferente. Quando dois planetas são vistos em posições próximas, no céu, chama-se isso de “conjunção”. Podem também ocorrer conjunções de três ou mais planetas ao mesmo tempo. É claro que elas são muito raras e demoram muito para acontecer. 

        A partir desses estudos, os astrônomos indianos conceberam que todos os planetas foram criados juntos, no mesmo lugar; e quando se reunirem novamente, todos ao mesmo tempo, o universo voltará ao seu princípio. Portanto, a duração do universo seria o tempo necessário para que ocorresse uma grande conjunção (“mahà-yuga”). A partir dos dados existentes sobre os movimentos dos planetas, foram feitos cálculos que indicaram enormes durações, semelhantes às indicadas no Código de Manu. Essa parece ter sido a justificativa da duração do “dia de Brahman”.

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