Capítulo 10: A Teoria da Relatividade e a Cosmologia Moderna

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        A densidade média do universo pode ser estimada calculando-se a massa das galáxias e a distância entre elas. Se esses dados forem conhecidos, pode-se dividir a massa das galáxias pelo volume total ocupado por elas, para achar essa densidade. Mas não é muito fácil calcular a massa das galáxias; e, além disso, poderia existir uma quantidade indeterminada de matéria “invisível”, no espaço entre as galáxias. Esses são os principais fatores de incerteza dessa grandeza. Os valores estimados para essa densidade média, desde 1930, variam entre 10–28 g/cm3 e 10–31 g/cm3. Ou seja: os valores variam entre um mínimo e mil vezes esse mínimo.

        A idade atual do universo não pode ser medida, propriamente; mas pode-se estimar a idade de alguns corpos do universo (planetas, meteoritos, estrelas, galáxias), o que vai determinar a idade mínima do universo. Durante o século XX, as avaliações da idade da Terra e de outros corpos celestes foram aumentando gradativamente, passando de cerca de um bilhão de anos para cerca de 5 bilhões de anos, atualmente. Há meteoritos cuja idade foi avaliada em mais de dez bilhões de anos. Isso mostra que essas avaliações são bastante imprecisas. Mas, de qualquer forma, é necessário que a idade do universo seja superior a alguns bilhões de anos.

        O valor da constante de Hubble é determinado medindo-se a velocidade das galáxias e as suas distâncias. A velocidade é medida pelo desvio do espectro luminoso para o lado vermelho. As distâncias das galáxias são muito mais difíceis de medir. Durante o século XX, houve sucessivas correções para as distâncias estimadas das galáxias, que mudaram muito o valor da constante de Hubble. Do seu valor inicial de 1,8x10–17 /s, seu valor passou para 4 ou 10 vezes menos, pois descobriu-se que as galáxias estavam 4 ou 10 vezes mais distantes do que se pensava antes. Pode ser que esse valor ainda sofra alguma revisão.

        Por fim, a medida da aceleração do movimento das galáxias (se existir) depende de se poder comparar o valor da constante de Hubble para galáxias próximas, com o valor obtido para as galáxias mais distantes. Essa comparação é muito difícil e incerta. Até hoje, não se sabe se essa aceleração é negativa, positiva ou nula. Houve medidas realizadas em 1970 por Alan Sandage, que parecem indicar que ela é negativa, ou seja, que a velocidade das galáxias parece estar diminuindo. Mas os resultados obtidos eram muito imprecisos e não foi possível confirmá-los.

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