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É claro que, com o passar do tempo e com novos tipos de observações,
fica mais difícil adaptar os modelos cosmológicos aos fatos.
O número de modelos possíveis diminui, mas podem ao mesmo
tempo surgir outros totalmente diferentes, que possam explicar os novos
fatos conhecidos. Pode até acontecer que nenhum modelo seja compatível
com os fatos. Nesse caso, a atitude mais “neutra” e sábia seria
recusar todos os modelos e admitir nossa ignorância. Mas ocorre que
os cientistas não se conformam em defender apenas aquilo que é
totalmente seguro e comprovado. Por fatores de muitos tipos – pessoais,
sociais, que nada têm a ver com a ciência – eles podem ser
envolver com determinada idéia e defendê-la mesmo se ela não
tem uma boa base científica. No caso de Lemaître parece ter
acontecido exatamente isso: as suas idéias religiosas eram tão
importantes, que ele foi levado a adotar um novo modelo de universo, que
tivesse um início bem definido, e que pudesse introduzir a necessidade
de Deus.
10.9 A COSMOLOGIA
E OS DADOS ASTRONÔMICOS
Dependendo dos conhecimentos disponíveis em cada época, é
possível escolher entre várias alternativas. As observações
astronômicas não decidem qual a teoria correta e por isso
esses fatores pessoais ou subjetivos podem pesar bastante. Eles servem
para preencher a ignorância científica. |
O desenvolvimento dos grandes telescópios astronômicos
no início do século XX, como o de Monte Wilson, permitiu
o estudo das galáxias distantes.
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Para se poder limitar ou escolher cientificamente um modelo cosmológico
relativístico, é necessário conhecer certos valores
do universo. Há uma série de grandezas que, em princípio,
poderiam ser medidas, e que serviriam para delimitar o modelo:
a) a densidade média
atual do universo;
b) a idade atual do
universo;
c) o valor atual da
constante de Hubble, ou seja, da velocidade de afastamento das galáxias;
d) o valor da aceleração
atual do movimento das galáxias. |
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