Capítulo 10: A Teoria da Relatividade e a Cosmologia Moderna

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Talvez fosse possível, também, medir o raio do universo, a partir de suas propriedades geométricas. Se isso fosse possível, introduziria mais uma grandeza importante nas equações cosmológicas. O universo pode ser aberto (infinito) ou fechado (finito). Se ele for aberto, sua curvatura pode ser nula (espaço euclidiano) ou negativa (espaço hiperbólico). Se ele for fechado, sua curvatura é necessariamente positiva.

        Seria possível tentar determinar o tipo de curvatura (e até o seu valor) por contagens de galáxias distantes. Se a geometria for euclidiana, e se as galáxias estiverem distribuídas ao acaso pelo espaço, então o número total de galáxias deve aumentar com o volume observado, que seria proporcional ao cubo da distância. Se a curvatura for positiva, o volume não deve aumentar com o cubo da distância, mas de um modo mais lento – e, portanto, seria observada uma relativa falta de galáxias distantes. Se a curvatura for negativa, o volume deve aumentar mais rapidamente do que o cubo da distância, e então deve ser observado um excesso de galáxias distantes. Mas as observações não permitem concluir nada.

        Por outro lado, sob o ponto de vista da teoria, existem três fatores principais que podem ser ajustados:

    a) o valor da constante cosmológica;
    b) o sinal da curvatura do espaço;
    c) a situação inicial do universo. 

        Se os quatro fatores observacionais indicados acima (densidade do universo, idade do universo, constante de Hubble e aceleração do universo) fossem conhecidos, seria possível determinar os três fatores teóricos aqui colocados. Mas, dadas as incertezas existentes, é possível fazer muitos ajustes nos fatores teóricos, de tal forma que a dinâmica do universo não pode ser determinada.

        Muitas vezes, os jornais e as revistas apresentam a teoria da expansão do universo de um modo totalmente distorcido, como se já se tivesse conseguido medir perfeitamente todas as grandezas astronômicas importantes e fosse possível saber exatamente como é o universo e como ele se expande. Na verdade, nosso conhecimento ainda é muito imperfeito. As observações e medidas são muito difíceis, e exigem anos e anos de trabalho de muitos astrônomos – às vezes, sem levar a resultados definidos. É claro que sabemos, atualmente, muito mais do que cem anos atrás; mas não sabemos tanto quanto gostaríamos de saber, nem sabemos tanto quanto os jornais e revistas divulgam.

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