Capítulo 1:  A Origem do Universo na Mitologia e na Religião

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        As cinzas e as madeiras remanescentes da fogueira eram consideradas de grande valor mágico. Essas cinzas eram espalhadas pelo campo, para aumentar a fertilidade do solo e proteger as plantações. Os tições eram guardados dentro de cada casa, para proteger de incêndios, de raios e de bruxaria. Durante tempestades, acendia-se dentro de casa esses tições, para que protegessem a todos. Nas plantações, eles protegiam também contra encantamentos de feiticeiras, e contra o granizo.

        O fogo aceso durante a festa do solstício era um fogo novo, mais forte, vigoroso, do que os outros. Por isso, em muitos lugares – da China até a África – era costume apagar todos os fogos mantidos nas casas, antes da festa, levando depois o novo fogo, da fogueira para casa, onde devia se manter aceso durante todo o ano.

        As noites de solstício são mágicas e nelas é possível adivinhar-se ou modificar-se o futuro. Sendo o início de um novo ciclo, essas noites são consideradas uma espécie de “miniatura” do ciclo inteiro. Por isso, nessa noite, as moças fazem adivinhações para saberem com quem vão se casar ou como vai ser seu futuro; o lavrador faz adivinhações para saber como vão ser as chuvas e as colheitas do ano todo. Quebrando-se um ovo e derramando a clara em uma taça ou copo, a forma adquirida pela clara podia indicar aquilo que se queria saber – por exemplo, quem seria o marido de uma jovem.

        A água também adquiria propriedades especiais, no solstício, a partir da meia-noite. Costumava-se recolher água de poços ou fontes, nesse horário, e guardá-la para necessidades especiais. Após a meia-noite ou pouco antes do nascer do dia seguinte, também era costume que as pessoas se banhassem nos rios ou no mar, ou pelo menos rolassem, nuas, sobre a relva orvalhada. Isso era considerado benéfico para a saúde da pessoa, simbolizando um novo nascimento.

        Nascimento e morte são inseparáveis: os camponeses sempre acreditaram que as sementes plantadas na terra precisam morrer, apodrecer e depois adquirem da terra uma nova vida, e germinam. Quando estão no solo, são guardadas pelo espírito dos familiares mortos. Na festa de solstícios, esses mortos estão presentes: em muitos lugares, eram colocados assentos especiais para que seus espíritos se assentassem e assistissem à festa.

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