Capítulo 7: Kant e Laplace: A Formação do Sistema Solar

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

.
        Foram propostas teorias semelhantes à de Laplace (de uma única nuvem, sem interferência externa) de vários tipos, tentando corrigir os problemas da teoria inicial. Por exemplo: em 1885, o astrônomo francês Hervé Faye propôs uma idéia segundo a qual a nuvem preliminar iria se contraindo aos poucos, produzindo o disco equatorial, mas, ao mesmo tempo, dentro da própria nuvem, iriam também sendo produzidas concentrações que originariam alguns dos planetas. Os planetas que se formaram fora da nuvem, no disco equatorial, teriam tido uma rotação retrógrada; mas os que se formaram dentro da nuvem teriam uma rotação normal. Essa hipótese resolvia alguns problemas, mas mantinha outras dificuldades da teoria de Laplace.

        Foram feitas outras tentativas de modificação da teoria da nuvem, supondo que os planetas não teriam sido produzidos pela própria nuvem, mas seriam corpos que teriam vindo de fora (como cometas). Eles seriam freiados e capturados pela nuvem apenas se entrassem nela exatamente ou quase exatamente na direção do plano de maior concentração de matéria. Acontece que seria muito difícil imaginar uma nuvem capaz de freiar um planeta como Júpiter; e a teoria não era capaz de explicar como todos os planetas e seus satélites ficaram girando todos no mesmo sentido.

        Tentativas mais modernas levaram em conta efeitos bastante complicados que poderiam ter ocorrido na nuvem: influência magnética do Sol sobre as partículas da nuvem; turbulência da nuvem, que produziria o surgimento de muitos pequenos redemoinhos em seu interior; diferentes composições da nuvem, seja considerando que ela era apenas gasosa ou que já possuía partículas sólidas em seu interior; e muitas outras modificações. Cada uma dessas tentativas foi capaz de resolver algumas questões, mas nenhuma foi capaz de explicar os principais fatos do sistema solar.

        Em outras teorias, a origem dos planetas é considerada como o resultado de uma influência externa. Supõe-se nessas teorias que uma estrela ou outro corpo semelhante (um enorme cometa, por exemplo) colidiu ou passou muito perto do Sol, arrancando dele um jato de matéria, de onde teriam se formado os planetas. Ou então, que havia uma outra estrela girando juntamente com o Sol, e que essa estrela explodiu, jogando no espaço a matéria que produziu os planetas. Ou então, que uma outra nuvem colidiu com a nuvem do Sol, produzindo uma rotação mais forte da parte externa da nuvem, onde os planetas foram produzidos. Cada uma dessas propostas procura explicar um aspecto específico do sistema solar, mas nenhuma delas explica todos os fatos básicos do nosso sistema.

.
Página anterior
106
Próxima página

INTRO DUÇÃO
CAP. 01
CAP. 02
CAP. 03
CAP. 04
CAP. 05
CAP. 06
CAP. 07
CAP. 08
CAP. 09
CAP. 10
CAP. 11
CAP. 12
CRONO LOGIA