Capítulo 6: O Pensamento Científico Moderno e a Origem do Mundo

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Por fim, outro tipo de fato indicado por Aristóteles vem da observação de eclipses da Lua. A Lua é eclipsada na fase de Lua Cheia, quando a Terra fica entre o Sol e a Lua. Quando isso acontece, a sombra da Terra é projetada sobre a Lua, e a encobre parcialmente ou totalmente. A Lua é menor do que a Terra, por isso não se pode ver a sombra toda da Terra projetada sobre ela. Mas pode-se observar partes dessa sombra, e ela é sempre arredondada. Se a sombra da Terra é sempre redonda, isso indica que a própria Terra é redonda. Se a Terra fosse um disco, a sombra não seria sempre redonda. Todos esses argumentos, que Aristóteles apresentou mais de dois mil anos atrás, são perfeitamente válidos até hoje.

        Não se sabe exatamente como surgiu essa nova concepção, mas ela deve ter sido sentida, na época, como uma das maiores revoluções do pensamento humano. Antes, pensava-se que o mundo terrestre tinha um limite: se alguém navegasse pelo oceano, acabaria chegando ao final do mesmo – e, lá, o que aconteceria? Encontraria um precipício, onde as águas cairiam? Acharia o ponto de encontro do Céu com a Terra? Ninguém sabia.

        Com a nova visão do mundo terrestre redondo, tudo ficava diferente: era possível navegar sempre, pelo oceano, sem nunca chegar ao fim do mundo. Se uma pessoa pudesse caminhar sempre na mesma direção (para Leste, por exemplo), acabaria voltando ao ponto de partida. Tudo isso era muito diferente e estranho. Mas havia conseqüências ainda mais “absurdas”: em qualquer lugar da Terra, devem poder existir pessoas, e portanto poderiam existir pessoas que estão de cabeça para baixo, em relação a nós, e que não caem da Terra. Além disso, a própria Terra não está apoiada nem presa a nada, e apesar disso não cai. Idéias como essas devem ter sido consideradas como muito difíceis ou mesmo como impossíveis. 

        Aos poucos, no entanto, a visão de uma Terra esférica foi sendo aceita. Aristóteles desenvolveu uma nova Física, na época, para tentar compreender essas coisas. Estudando o movimento dos objetos terrestres, ele concluiu que existem coisas “pesadas”, como os sólidos e líquidos, que caem em direção ao centro da Terra; e outras coisas “leves”, como o ar e o fogo, que se afastam do centro da Terra. No entanto, ele pensou que isso não poderia ocorrer por causa da própria Terra. Imaginou que todos os corpos pesados possuem uma tendência natural de se aproximarem do centro do universo, assim como os corpos leves tentam se afastar do centro do universo. Assim sendo, deve se formar naturalmente um aglomerado de matéria pesada no centro do universo e, como essa matéria pressiona, de todos os lados, para esse ponto central, forma-se uma grande massa redonda, que fica parada e que não cai para nenhum lado, pois é empurrada igualmente por todos os lados, em direção ao centro. Isso explicaria por que a Terra não cai.

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