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A estrutura do universo, segundo Aristóteles e Ptolomeu: a Terra
ocupa o centro do universo, e os quatro elementos preenchem todo o espaço
abaixo da esfera lunar. Acima dela, haveria uma série de cascas
esféricas onde se moveriam os diversos planetas. A última
casca seria o céu estrelado.
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Por outro lado, Aristóteles observou que os astros (estrelas, planetas,
Sol, Lua) não caem em direção à Terra, nem
se afastam dela. Por isso, concluiu que não podiam ser formados
nem por elementos pesados, nem por elementos leves, ou seja: não
poderiam ser formados nem por terra, nem água, nem ar, nem fogo.
Ele propôs que todos os corpos celestes são formados por um
“quinto elemento”, o éter. O universo seria, assim, dividido em
duas partes totalmente distintas. O mundo celeste, a partir da Lua, seria
feito de éter. O mundo terrestre, ou sublunar (abaixo da Lua), seria
formado por terra, água, ar e fogo.
Aristóteles pensava, como quase todos os antigos, que era impossível
a existência de espaços totalmente vazios de matéria.
Por isso, imaginou que a atmosfera chegaria até a altura da Lua
e que, a partir daí, haveria uma série de esferas transparentes,
encaixadas umas nas outras, que girariam em torno da Terra, arrastando
os planetas. Essas cascas esféricas, feitas de éter, foram
chamadas de “orbes”. A casca mais distante seria a esfera das estrelas,
e o universo terminaria aí. Podemos perguntar: e o que haveria depois
da última esfera? Haveria um espaço vazio? |
Aristóteles responde que não. Para Aristóteles, um
espaço é uma região cercada por alguma coisa material
(por exemplo, o espaço dentro de uma garrafa, que é cercado
pelo material da garrafa). O espaço ou lugar onde eu estou é
determinado pelas coisas que estão em volta de mim e que me cercam,
envolvem e tocam: o ar, o assento de uma cadeira, etc. Ora, se o universo
é tudo aquilo que existe, não há nada fora do universo
que possa tocá-lo ou cercá-lo. Por isso, ele não está
em lugar nenhum, não está em nenhum espaço. Também
não se pode falar sobre o espaço onde não existe nada.
Por isso, não se pode falar sobre os espaços fora do universo. |
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