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Assim Deus tomou, puxou
e separou todas as Suas criaturas de uma só massa material... Ele
selecionou aquilo que pertencia às estrelas e formou as estrelas;
das trevas Ele tomou aquilo que pertencia à luz e a fez luz; e de
modo semelhante com cada coisa, de acordo com sua natureza e seu lugar
próprio.
Como se vê, esse pensamento simbólico que se desenvolveu durante
o Renascimento e permaneceu no início da Idade Moderna, não
adiciona nada que possa ser considerado um avanço científico
ou filosófico. Parece que se torna mais importante sentir o universo,
unificar-se ao espaço celeste, do que pensar sobre ele. Mas pode-se
considerar que esse movimento talvez estivesse tentando recuperar algo
que havia sido perdido.
Pelos antigos mitos e rituais, o homem estava unido ao universo e podia
retornar ao tempo primordial, revivendo o início da criação.
Com o desenvolvimento da filosofia, esse aspecto vital dos mitos foi abandonado.
A religião cristã também não preencheu essa
necessidade, pois a natureza e o universo não possuem nenhum papel
importante nela. O homem, a sociedade e a vida moral é que são
os pontos importantes do cristianismo. Assim, a doutrina da identidade
entre o homem e o universo veio preencher uma lacuna, e dar ao homem uma
nova possibilidade de vivenciar, de sentir, de conviver com toda a natureza
e o universo, de um modo quase mítico. |
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