O útero é
invisível e ninguém pode ver sua substância primordial;
pois quem pode ver aquilo que existiu antes dele? Todos nós viemos
do útero, mas nenhum de nós jamais o viu, pois ele existiu
antes do homem. E embora o homem venha dele, e os homens nasçam
dele sempre, nenhum o viu. O mundo nasceu do útero, como o homem
e todas as criaturas vivas: tudo isto veio do útero.
Assim como o feto não vê o útero, a matéria
primordial de onde o universo se originou era invisível, sem forma.
Assim como da argila podem ser feitas mil coisas diferentes, também
a matéria primordial era algo que continha tudo, potencialmente.
Assim, a primeira matéria,
o Yliaster, não passava de uma lama, que continha todo o caos, todas
as águas, todos os minerais, todas as ervas, minerais e pedras preciosas.
Somente o supremo Senhor podia libertá-los e dar-lhes forma com
seu cuidado terno, para que outras coisas pudessem ser criadas a partir
do resto.
Paracelso chama a atenção para a natureza do nascimento,
que é uma separação entre a criança e o útero.
Da mesma forma, o início do universo é uma separação: |
Representação medieval da unidade entre o universo (macrocosmo)
e o ser humano (microcosmo): cada parte do corpo humano está associado
a um signo astrológico. Ilustração do manuscrito medieval
Les Très riches heures du duc de Berry.
|