Capítulo 3: O Pensamento Filosófico e a Origem do Universo

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        E Lucrécio diz claramente: como o universo é infinito, ele não tem um centro. É um erro pensar que a Terra está no centro do universo.

        Epicuro indica que, como os átomos são infinitos e se movem em um espaço infinito, eles podem compor e destruir um número infinito de mundos, tanto semelhantes ao nosso quanto diferentes. Eles surgem ao acaso, pela reunião de partículas; e se destroem depois, dividindo-se em seus átomos, que se espalham. Lucrécio comenta:

Sendo o espaço aberto de forma ilimitada para todos os lados, e possuindo inumeráveis átomos voando de formas variadas, em movimento incessante, não se pode considerar como provável que somente tenham sido produzidos esta única terra e este céu, e que tantos corpos materiais não façam nada além disso. Este mundo foi feito pela natureza, quando as sementes das coisas por acaso se chocaram espontaneamente, tendo se reunido de formas variadas, sem nenhuma finalidade, sem nenhum plano, sem nenhum resultado... Portanto, você deve admitir que em outros locais devem existir outras combinações de matéria semelhantes a esta que o éter mantém em seu abraço apertado.
        Epicuro afirma claramente que podem existir mundos esféricos, mas também ovais ou de qualquer outra forma. E também afirma que nos outros mundos também poderiam existir as sementes dos animais e das plantas, e alimentos adequados para eles – ou seja: a vida não precisa ser um fenômeno puramente terrestre. Ou, como Lucrécio coloca: “Você deve admitir que em outras partes do espaço existem outras terras e diversas raças de homens e de tipos de feras selvagens”.
Não se conhece nenhuma descrição de Epicuro sobre a formação dos mundos; mas Lucrécio apresenta uma descrição bastante detalhada:
Agora eu descreverei de que forma a reunião da matéria formou a terra e o céu e as profundezas do ar, os movimentos do Sol e da Lua. Realmente, não foi por um planejamento que os primeiros princípios das coisas se colocaram cada um no seu lugar correto, dirigidos por uma aguda inteligência; nem eles tiraram a sorte para dizer que movimento cada um deles deveria assumir. Mas os inúmeros primeiros princípios das coisas, empurrados por colisões, de muitas maneiras, durante eras infinitas no passado, mantiveram-se em movimento por seus próprios pesos; e foram carregados e se uniram de todas as maneiras, testando completamente todo tipo de produção possível através de suas combinações mútuas.
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