Capítulo 3: O Pensamento Filosófico e a Origem do Universo

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Tanto na Grécia quanto na Índia, surgem concepções filosóficas diferentes da tradição mitológica; mas os caminhos seguidos são muito diferentes. A filosofia grega se baseia principalmente na razão, no pensamento, em raciocínios lógicos, cujo modelo fundamental é a matemática. No pensamento indiano, há um processo de conhecimento não racional, direto, uma “visão” da verdade, pela meditação.
 

    3.2 OS PRÉ-SOCRÁTICOS E A BUSCA DO PRINCÍPIO UNIVERSAL, NA GRÉCIA

        Entre os séculos IX e VI antes da era cristã, o mundo grego passou por uma profunda transformação. Ocorreu uma ampla mudança política, social, religiosa e cultural, envolvendo múltiplos fatores que não são ainda totalmente compreendidos. Por um lado, o contato comercial – e cultural – muito intenso com outros povos, nesse período, trouxe ao mundo grego uma variedade de idéias que passaram a ser confrontadas com o pensamento tradicional. Isso envolveu a entrada de novas concepções religiosas, políticas, filosóficas, científicas (por exemplo, na matemática e astronomia). O surgimento de uma classe econômica poderosa, através do comércio, enfraqueceu a antiga aristocracia. Surgiram novos valores, e uma sociedade mais aberta, pessoas mais confiantes em seu próprio poder individual, com um enfraquecimento de toda a tradição cultural e do respeito pelos mitos, pela religião, pela autoridade antiga.
 

Sócrates, um dos mais importantes filósofos da história.
        Em meio a todo esse amplo processo cultural, que envolveu uma crítica racional dos mitos (já apontada no capítulo 2), houve também o aparecimento de algo novo: o despertar da filosofia como algo novo, independente, que procurava fundamentar-se apenas no pensamento, na razão.

        Costuma-se dividir a filosofia grega em dois períodos: antes e depois de Sócrates. Os filósofos anteriores a Sócrates (os chamados “pré-socráticos”) escreveram muitas obras que, no entanto, não foram conservadas. Tudo o que se sabe sobre eles é indireto, baseado em pequenos trechos de seus escritos que foram citados por outros autores posteriores (os “fragmentos” dos pré-socráticos) e em descrições feitas por autores posteriores a Sócrates (os “testemunhos”, ou “doxografia”). Diante do pequeno número de informações sobre esses pensadores, qualquer tentativa de descrever seu pensamento será apenas uma tentativa, uma “reconstrução”, que pode ser até razoável, mas nunca será definitiva ou segura. Fala-se e escreve-se muito sobre Pitágoras, Heráclito, Tales e outros dos pré-socráticos; mas pouco se sabe, realmente, sobre o que eles ensinaram.

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