Capítulo 12: Estudos e Dúvidas mais Recentes

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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menor do que hoje. Acredita-se que a velocidade da luz (c) é a maior velocidade possível para que alguma influência se propague pelo espaço. Assim, aquilo que ocorre em um ponto do espaço só pode influenciar aquilo que acontece em outra região depois de um tempo t que depende da distância d entre eles:

t = d/c

        Para que todas as regiões do universo pudessem se influenciar e acabar chegando a uma igualdade, seria preciso um tempo muito maior do que o diâmetro do universo dividido pela velocidade da luz. E não houve esse tempo, na fase inicial do universo, de acordo com a teoria do “Big Bang”.
 
        Foi principalmente para tentar superar essa dificuldade que surgiu uma nova teoria, na década de 1980: a teoria do “universo inflacionário”. Ela foi proposta por Alan Guth, em 1981. Essa teoria faz com que, na fase inicial da expansão, o tempo necessário para a luz atravessar o universo inteiro seja muito menor do que a idade do universo. Assim, há tempo suficiente para que todas as partes do universo se influenciem, se equilibrem, e o universo fique homogêneo, antes da formação das galáxias.

        Quando imaginamos a expansão do universo, normalmente pensamos em uma coisa como uma esfera muito pequena, que vá crescendo. Mas ao imaginar essa esfera nós nos colocamos fora dela, como se houvesse algo fora do universo e ele pudesse ser visto desse ponto. Na verdade, o universo é tudo o que existe, e 


Gráfico comparativo entre as teorias do Big Bang e do universo inflacionário.
não se pode nem falar sobre o espaço fora dele. Embora não seja correta essa imagem da esfera crescendo, ela serve como uma comparação, já que é muito mais difícil imaginar como essa expansão pode ocorrer.

        Vamos imaginar o universo como uma esfera que começasse praticamente como um ponto, em um certo instante, e fosse crescendo. Vamos imaginar que, nesse mesmo instante, sai do centro do universo uma esfera de luz, que vai também crescendo. Se o raio da esfera de luz for menor do que o raio do universo, isso significará que as regiões do universo que estão fora da esfera de luz não podem receber influência do centro do universo. Nesse caso, cada parte do universo poderia se desenvolver independentemente, e o universo poderia não ser homogêneo. Mas se o raio da esfera de luz for maior do que o raio do universo, isso indicará que todas as regiões podem sofrer influência do centro do universo (ou melhor: que todas as partes podem se influenciar, pois na verdade o universo não tem um “centro”, propriamente dito). Nesse caso, deve-se esperar que essas interações entre todas as partes do universo produzam uma homogeneidade do conjunto.

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