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Discutiu-se durante muito tempo se os quasares seriam objetos da nossa
galáxia, ou de fora dela. Atualmente, a visão mais aceita
é de que eles estão todos muito distantes, fora da nossa
galáxia. Eles irradiam uma quantidade enorme de luz – talvez até
cem vezes mais do que todas as estrelas da Via Láctea, juntas. No
entanto, não são muito grandes: seu de tamanho deve ser dez
mil vezes menor do que uma galáxia. Pode ser que eles representem
núcleos extremamente brilhantes de galáxias distantes.
Imagem do quasar 3C273, feita pelo satélite HEAO-2.
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Os quasares podem apresentar grandes “desvios para o vermelho” de sua luz.
Se interpretarmos esses “desvios para o vermelho” como devidos à
velocidade com a qual os quasares se afastam de nós, concluiremos
que alguns estão se movendo com uma velocidade de 90% da velocidade
da luz. Em geral, supõe-se que eles são galáxias com
núcleos muito brilhantes, e se aplica a eles a lei de Hubble, para
determinar suas distâncias. Mas a natureza dos quasares ainda não
está totalmente clara.
Outro aspecto do universo que era desconhecido até pouco tempo atrás
é a existência de grandes estruturas formadas por galáxias.
Desde 1930, imaginava-se que as maiores estruturas do universo |
eram as galáxias ou pequenos
grupos de galáxias próximas umas das outras. Essas galáxias
ou grupos de galáxias pareciam estar espalhadas por todo o espaço,
em todas as direções, ao acaso. Ou seja: o universo parecia
ser homogêneo, em grande escala. Desde o surgimento da teoria do
“Big Bang”, a maior preocupação era explicar o surgimento
das próprias galáxias, o que já era muito difícil,
como foi indicado no capítulo anterior. Ninguém imaginava
que existissem estruturas imensas, reunindo milhões e milhões
da galáxias. Mas elas foram descobertas na década de 1980.
Quando se fez um cuidadoso mapa tridimensional da distribuição
das galáxias por todo o espaço que nos cerca, descobriu-se
que existem enormes “buracos”, onde há poucas galáxias, cercados
por regiões normais, povoadas por galáxias. É como
se o universo fosse um queijo suíço, ou mesmo como uma esponja,
cheia de buracos. O tamanho desses “buracos” varia entre 50 e 150 milhões
de anos-luz.
Nenhuma teoria cosmológica havia previsto esse tipo de “buracos”.
Os cientistas logo procuraram explicá-los, de diversas formas; mas
o próprio fato de que nenhuma teoria havia previsto sua existência
já indica que qualquer explicação acaba sendo um “jeitinho”
de salvar as teorias antigas. |
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