Capítulo 12: Estudos e Dúvidas mais Recentes

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        A situação piorou ainda mais com a descoberta de estruturas maiores do que essas. Desde a década de 1980 foram se acumulando evidências de que existe pelo menos uma “grande parede”: uma região aproximadamente plana, fina, com tamanho ainda desconhecido (mas que pode ultrapassar um bilhão de anos-luz), na qual existe uma grande concentração de galáxias (ou quasares), cercada por regiões relativamente vazias. Essa estrutura é a maior organização de matéria até hoje conhecida. Ela mostra claramente que o universo não é homogêneo e que as galáxias não estão distribuídas pelo espaço ao acaso, mas associadas em grupos imensos.

        Por causa dessa falta de homogeneidade, há regiões do universo em que há maior concentração de massa e que produzem, assim, uma forte atração gravitacional em sua direção. Essa atração pode produzir movimentos nas galáxias próximas.

        Parece existir um grande centro de atração gravitacional atuando sobre nossa galáxia e atraindo-a em certa direção. Através de recentes estudos da radiação cósmica de microondas, descobriu-se que nosso sistema está se movendo pelo espaço, com uma velocidade de cerca de 600 km/s. Estudos posteriores mostraram que isso não é um movimento isolado de nossa galáxia, mas que todas as outras que estão mais próximas da nossa também possuem um movimento semelhante, coletivo, na mesma direção. Estudando-se o movimento das galáxias, pode-se determinar a posição desse centro de forças. Tudo se passa como se houvesse um “grande atrativo” (“great atractor”) a uma distância de 50 milhões de anos luz, que está puxando em sua direção um enorme número de galáxias (incluindo a nossa), em um raio de mais de 100 milhões de anos-luz.

        Todas essas observações, realizadas na década de 1980, mostram que o universo está longe de ser homogêneo. Mas por que ele não mostra uma distribuição homogênea de galáxias? A explicação mais simples, dentro de uma teoria do tipo “Big Bang”, é de que a própria matéria primordial, antes de começar a se separar em galáxias, já possuia regiões com variações de densidade. Mas, se isso fosse verdade, essas variações de densidade deveriam também corresponder a regiões com maior ou menor quantidade de radiação. A radiação cósmica de microondas deveriam mostrar efeitos disso: quando se observa o espaço, deveriam existir regiões das quais viesse uma maior quantidade de microondas, e outras regiões com menor quantidade. Mas as medidas realizadas na década de 1980 parecem indicar que a radiação de fundo é bastante homogênea. As informações parecem não se “encaixar”.

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