Capítulo 11: A Criação da Matéria e o "Big Bang"

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Na verdade, apesar de seu sucesso inicial, a explicação que a teoria do “Big Bang” dava para a formação dos elementos teve que ser abandonada. Atualmente, apenas se admite que a explosão inicial pode ter formado os núcleos mais simples, e a teoria só consegue explicar a proporção entre as quantidades de hidrogênio e hélio existentes no universo. Embora, como foi indicado, as reações nucleares das estrelas possam formar hélio, é provável que a proporção de cerca de 27% de hélio, encontrada mesmo em estrelas de pequena massa, indique que esse hélio se formou antes do que as estrelas.

        Havia outro problema, relacionado com os cálculos de duração do universo. Quando Gamow fez sua proposta, as medidas de velocidade de expansão do universo indicavam que a “explosão” inicial deveria ter ocorrido há cerca de 2 bilhões de anos. No entanto, as estimativas de idade da Terra e de vários grupos de estrelas indicavam idades de cerca de 5 bilhões de anos. Como isso seria possível? Repetiu-se aqui, de certa forma, a velha contradição entre o modelo de origem do universo e a avaliação da idade geológica.

    11.5 O MODELO DO UNIVERSO ESTACIONÁRIO

        Imediatamente após a proposta do modelo do “Big Bang”, surgiu uma outra teoria cosmológica completamente diferente. Ela foi elaborada em 1948 por Hermann Bondi, Thomas Gold e Fred Hoyle. Ela supõe que o universo nunca foi e nunca será diferente do que é agora: nunca houve um estado passado de concentração e explosão, nem haverá um estado futuro de dispersão e morte do universo.

        Essa proposta radical, chamada “teoria do estado estacionário”, admite que as galáxias estão se afastando umas das outras; mas interpreta de um modo diferente esse distanciamento. Se o número de galáxias for constante, é claro que esse aumento de distância indica que no futuro a densidade média do universo será menor e que, no passado, a densidade era maior. Mas a teoria do estado estacionário supõe justamente que o número de galáxias do universo não é constante. À medida que elas se afastam umas das outras, ocorre a criação de matéria no espaço entre as galáxias. Essa criação de matéria é muito lenta, mas contínua, e vai aos poucos acumulando uma massa de gás no espaço. Depois que esse gás aumenta, ocorre a formação de novas galáxias e estrelas; e assim por diante.

        De acordo com a teoria do estado estacionário, a densidade do universo D e a constante de Hubble H possuem valores constantes, que estão relacionados entre si pela equação:

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