Capítulo 10: A Teoria da Relatividade e a Cosmologia Moderna

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Suponhamos que a Terra estivesse aumentando de raio, e se expandindo. Se em um certo tempo ela dobrasse de tamanho, todas as distâncias sobre a Terra ficariam também o dobro. Se fizesse medidas das distâncias entre Salvador e cada uma das outras capitais brasileiras, seria possível notar que todas as capitais estão se afastando de Salvador, e que as mais distantes estão se afastando mais rapidamente do que as mais próximas (é claro que todas as distâncias dobram ao mesmo tempo, mas dobrar a distância entre Salvador e Porto Alegre é um aumento muito maior do que dobrar a distância entre Salvador e Belo Horizonte). Se tivessem apenas essa informação, os habitantes de Salvador poderiam imaginar que estão no centro de um estranho processo, em que todos estão fugindo de Salvador. Mas não é nada disso. Todas as cidades terão exatamente a mesma impressão. Está ocorrendo uma expansão geral, para todos os lados, e não existe um centro dessa expansão.

        Deve estar ocorrendo a mesma coisa no universo: todas as galáxias estão se afastando umas das outras, e qualquer uma delas que seja habitada deve observar o mesmo fenômeno que nós observamos.

        A equação que relaciona a velocidade V das galáxias com sua distância D é muito simples: uma é proporcional à outra.

V = H.D

        A constante H (constante de Hubble) é obtida dividindo-se a velocidade de afastamento das galáxias por suas distâncias. Se a velocidade for dada em km/s e a distância em km, o valor da constante de Hubble será dado em 1/s (ou seja, as unidades de distância se cancelam). Em 1931, Hubble havia realizado muitas medidas, obtendo, em média, o valor:
  H = 0,000.000.000.000.000.018/s, ou seja, 1,8x10–17 /s 

        Esse número indica que galáxias que estejam a uma distância de um milhão de anos-luz (cerca de 9,46x1018 km de distância) devem ter, em média, uma velocidade de 170 km/s de afastamento de nosso sistema. A regra não vale para galáxias próximas (com distância de “apenas” alguns milhares de anos-luz), que podem estar até se aproximando, ao invés de se afastarem. Também não se sabe se a proporcionalidade entre velocidade e distância vale sempre, mesmo para galáxias que estejam a enormes distâncias de nós.

        É importante fazer um alerta, aqui: a mudança de freqüência da luz é o único efeito que nos permite medir as velocidades das galáxias. Acreditamos que esse efeito é, realmente, produzido pelo movimento das galáxias. Mas poderia existir uma outra causa, que produzisse essa mudança da luz.

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