Capítulo 9: As Fontes de Energia do Universo

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        À primeira vista, esse parece ser um interessante mecanismo para explicar a energia solar. Mas há vários problemas. O próprio Mayer percebeu que o gradativo aumento da massa solar produziria um aumento da sua atração gravitacional; isso produziria pequenas mudanças nos movimentos dos planetas e essa variação já teria sido notada pelas cuidadosas medidas astronômicas. Há outros problemas: se estivesse caindo uma quantidade tão grande assim de meteoritos no Sol, vindo do espaço, uma grande quantidade cairia também na Terra. O cálculo mostrou que a quantidade de meteoritos que de fato atinge a Terra é 10 milhões de vezes menor do que o que seria previsto de acordo com a teoria de Mayer. Ela não pode ser aceita.

        Em 1854, Hermann von Helmholtz (1821-1894) propôs que a causa do calor do Sol poderia ser sua própria contração. Na teoria de Laplace, o Sol e todas as estrelas se formam pela contração de uma nuvem. Não há nenhum motivo para supor que essa contração já terminou. O Sol poderia estar ainda se contraindo e essa contração corresponde a uma “queda” de todas as suas partes em direção ao centro. Essa “queda” produziria um aumento de energia cinética das partículas, se elas estivessem caindo livremente. No caso, deve haver uma conversão em energia térmica, e essa contração deve produzir um aquecimento, que poderia explicar a energia emitida pelo Sol.

        Lord Kelvin calculou que se o Sol se contraísse apenas 35 metros por ano, isso poderia explicar a energia que ele emite. E a sua contração antes de chegar ao tamanho atual poderia ter mantido sua emissão de luz e calor durante cerca de 20 milhões de anos, no passado. Esse foi o primeiro mecanismo físico aceitável, capaz de dar uma longa duração para o calor solar.

        Este exemplo mostra a importância de se fazer cálculos, para testar teorias. Sem se fazer nenhum cálculo, pode parecer perfeitamente razoável acreditar que o Sol é uma esfera quente que está esfriando, ou que produz seu calor pela queima de algum material. Mas ao se fazer os cálculos, esses dois processos se mostram impossíveis, e descobre-se que há um outro, muito menos intuitivo – a contração do Sol – que é capaz de explicar um desprendimento muito maior de energia. Sem o conhecimento das leis físicas envolvidas e sem o estudo quantitativo detalhado dos fenômenos, tudo fica no nível de suposições, apenas.

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