Capítulo 8: As Concepções Sobre o Infinito, Tempo e Espaço

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Todas essas propriedades geométricas diferentes foram inicialmente estudadas pelos matemáticos como uma simples possibilidade lógica, sem nenhuma correspondência com a realidade. Todos imaginavam que a geometria de Euclides era a única verdadeira e a que devia ser aplicada ao nosso universo. No entanto, depois de muitas tentativas, eles não conseguiram provar, pela matemática, que as geometrias não-euclidianas eram falsas.
 

Lobatchewsky, um dos matemáticos que tentou identificar o tipo de espaço do nosso universo.
        Lobatchewsky, um dos matemáticos que se dedicou a esse tema, pensou que talvez se pudesse decidir qual o tipo de espaço do nosso universo através de experiências, já que não era possível escolher apenas sob o ponto de vista lógico entre as várias alternativas. Todas as figuras geométricas que utilizamos na prática são pequenas. Para elas, parece valer a geometria euclidiana. Mas a própria teoria havia mostrado que só surgiriam diferenças importantes entre a geometria de Euclides e as outras quando as figuras geométricas fossem muito grandes. Lobatchewsky imaginou, então, que seria preciso dispor de figuras com dimensões semelhantes às maiores distâncias entre as estrelas conhecidas, para se poder fazer o teste.

        Lobatchewsky supôs, como ponto de partida, que a luz caminha em linha reta no espaço entre as estrelas, onde praticamente não existe matéria. Assim, seria possível estudar a geometria utilizando “retas” traçadas pela luz. Em seguida, ele pensou sobre um triângulo muito grande, que pudesse ser estudado na prática, formado por raios 

luminosos. Se fosse possível medir os seus ângulos, seria possível verificar se a soma de todos esses ângulos é igual, menor ou maior do que 180o. O grande problema seria que, para medir os ângulos, é preciso ir até onde eles estão.

        O truque imaginado por Lobatchewsky foi muito interessante. Durante um ano, a Terra se move em sua órbita em torno do Sol, depois volta ao ponto de partida. Em dois instantes separados por 6 meses, a Terra está em dois pontos opostos de sua órbita, a uma distância de cerca de 300 milhões de quilômetros um do outro. Essa é uma distância bastante grande, mas, sob o ponto de vista astronômico, não é tão grande assim. As estrelas mais próximas de nós estão a uma distância cerca de 100.000 vezes maior do que essa. Podemos imaginar um triângulo formado por esses dois pontos e por uma estrela. Nesses dois pontos, é possível medir a posição da mesma estrela, e, assim, determinar dois dos ângulos desse triângulo.

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