Capítulo 8: As Concepções Sobre o Infinito, Tempo e Espaço

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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    8.3 AS GEOMETRIAS NÃO-EUCLIDIANAS
 
        No século XVIII, quando se discutia a questão de um universo finito ou infinito, pareciam não existir problemas sobre a própria noção de espaço. Havia, é claro, muita discussão filosófica, mas sob o ponto de vista matemático não parecia haver dúvidas sobre o conceito e as propriedades do espaço: alguns século antes da era cristã, já haviam sido estabelecidos os princípios básicos da Geometria.

        A antiga Geometria grega foi sistematizada pelo matemático Euclides, e desde então foi aceita como verdadeira. Essa geometria aceitava, como ponto de partida, um espaço matemático infinito: é possível, nesse espaço, prolongar-se sempre uma reta, sem chegar a nenhum limite; é possível traçar um círculo com qualquer centro e qualquer raio que se queira. Esses são princípios básicos da geometria de Euclides. Esses princípios não eram provados ou demonstrados: eram postulados, ou seja, admitia-se que eles eram verdadeiros, e eles eram depois utilizados para provar outras coisas.

        Até o início do século XIX, praticamente todos pensavam que a geometria de Euclides era verdadeira e que qualquer afirmação contrária a ela era absurda. Mas, nessa época, alguns matemáticos começaram a desenvolver outros tipos de geometrias, que eram diferentes da de Euclides e que negavam muitas das propriedades fundamentais do espaço que eram aceitas antes. Essas “geometrias não-euclidianas” foram desenvolvidas inicialmente por János Bolyai 


Folha de rosto da primeira edição em inglês de Os Elementos, escrito por Euclides (publicado em 1570). O livro, escrito três séculos antes de Cristo, é a obra de geometria mais importante de todos os tempos.
(1802-1860) e Nicholas Lobatschewsky (1793-1856), recebendo depois contribuições de muitos outros matemáticos, como Georg Bernhard Riemann (1826-1866).

        O ponto de partida dessas novas geometrias foi a discussão do “postulado das paralelas” de Euclides. Na geometria euclidiana, toma-se como postulado que por um ponto fora de uma reta é sempre possível passar uma e só uma reta paralela a esse ponto. No entanto, pode-se criar geometrias em que esse postulado não é mais aceito: pode-se admitir ou que por um ponto fora de uma reta não é possível passar nenhuma paralela a ela; ou então, que é possível passar mais de uma.

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