Capítulo 8: As Concepções Sobre o Infinito, Tempo e Espaço

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Tudo isso é muito complicado. Kant, como filósofo, foi um dos mais profundos pensadores de toda a humanidade. Quem preferir, pode ficar apenas com Kant como cientista - que é muito mais fácil de entender. Mas essas questões filosóficas também merecem ser meditadas. Deve-se pelo menos perceber que há uma série de termos e de expressões que são usadas por todos e que são problemáticas. Que sentido tem falar em um tempo (ou espaço) finito ou infinito? Que sentido tem falar sobre a duração do universo ou sobre o seu início? Kant nos ensina, pelo menos, a sermos mais cuidadosos antes de ousar falar sobre isso. 
 

    8.2 O ESPAÇO PODE SER INFINITO? - O PARADOXO DE OLBERS
 

Imagem obtida pelo telescópio Hubble mantendo a câmera aberta por 10 dias em uma região aparentemente sem estrelas no céu.
        É relevante, aqui, citar um trabalho bastante posterior, mas inspirado pela discussão de Kant sobre a infinidade do espaço. Em 1826, o astrônomo Wilhelm Olbers publicou um estudo sobre as evidências físicas a favor ou contra a infinidade do universo. Ele discute um problema que já havia sido apresentado, na época de Newton, por Halley. A questão estudada pode parecer, à primeira vista, muito estranha: ele se pergunta se o céu não deveria ser todo luminoso, mesmo à noite. A pergunta não é tola, mas muito inteligente.

        Se o universo for infinito e tiver estrelas espalhadas por todo o espaço, então, se traçarmos uma reta a partir da Terra em uma direção qualquer, mais cedo ou mais tarde essa reta encontrará uma estrela. Portanto, se dirigirmos um telescópio para qualquer ponto do céu, todos os pontos deveriam ser luminosos, ou seja, não deveria haver regiões escuras no céu. No entanto, as estrelas são exceção e não a regra. O que isso indica?

        Vamos explicar bem esse argumento, que é importante. Imaginem uma floresta, de árvores muito altas e de troncos retos. Se a floresta for muito grande, por mais finas e mais distantes que estejam as árvores entre si, será impossível ver através da floresta. Pois, ao prolongarmos uma reta de nossos olhos até o ponto visado, essa reta acabará encontrando uma árvore. Da mesma forma, no céu, nossa visão deveria sempre encontrar um ponto luminoso, ao invés de ver o fundo escuro do céu.

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