Capítulo 6: Do Período das Grandes Descobertas ao Século XVIII |
HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS |
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Cada tipo de semente ou germe causaria uma doença diferente. No
entanto, os germes poderiam se modificar, transformando-se nas sementes
de outras doenças, assim explicando diferentes epidemias. Partindo
dessa concepção, Fracastoro indica como método terapêutico
tentar destruir rapidamente os germes que invadem o corpo.
Não há dúvidas de que Fracastoro se aproximou muito
de nosso conceito de enfermidades transmissíveis. No entanto, não
se deve pensar que ele seja um cientista moderno. Como vimos, ele continua
a aceitar todo tipo de concepções sobre a influência
dos astros na atmosfera; e não se pode dizer que sua idéia
de contágio tivesse uma boa fundamentação. Como Fracastoro
apela para coisas invisíveis (os germes ou sementes), a hipótese
não podia ser testada. No fundo, era uma hipótese como muitas
outras - com uma desvantagem: era nova e contrária à teoria
galênica.
OS PORTUGUESES E AS PESTES NO SÉCULO XVI No século XVI, continuavam a predominar as concepções de Hipócrates e Galeno, na medicina. As pestes continuam a se suceder, atingindo fortemente Portugal. Podemos verificar quais as idéias mais comuns no período, estudando alguns escritos de médicos portugueses desse século, sobre a peste. Manuel Álvares (1545-1612) foi um importante médico português, que tornou-se professor da Universidade de Toulouse (de 1572 até sua morte). Em 1585, houve uma peste bubônica em Toulouse, e Álvares escreveu um livro em que tentava explicar a enfermidade e indicar como se podia evitá-la e curá-la. Ele começa respeitosamente associando as pestes à religião: As doenças populares, que os médicos chamam de epidêmicas, vêm comumente pela expressa vontade de Deus, como um flagelo enviado pelos pecados dos homens, e disso temos vários exemplos na santa escritura (...) |
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CRONO LOGIA |