Capítulo 6: Do Período das Grandes Descobertas ao Século XVIII |
HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS |
![]() |
Embora Fracastoro utilize repetidas vezes a palavra "contágio" em
suas descrições, em nenhum instante ele esclarece em que
sentido a doença é contagiosa.
Embora o livro sobre a sífilis seja a mais conhecida obra de Fracastoro, foi em outro trabalho que ele desenvolveu o seu conceito de contágio. Em 1546, ele publicou um estudo "Sobre doenças contagiosas". Nesse trabalho, ele aceita a existência de enfermidades - entre as quais inclui a varíola, lepra, tifo, pneumonia, peste bubônica e outras - que podem passar de uma pessoa para várias outras. Como o número de pessoas doentes pode ir aumentando, sem que a doença se enfraqueça, Fracastoro concluiu que essas doenças epidêmicas eram causadas por pequenos germes ou sementes que possuem o poder de se multiplicar no corpo do paciente. Um veneno, pelo contrário, não se multiplica sozinho e não pode produzir uma epidemia. Se, portanto, nos permitirmos definir a febre pestilencial, nós diremos: É uma febre de putrefação profunda e impura; contém germes do mais agudo contágio; por isso é uma doença mortal, e é contagiosa para outra pessoa. Isso, portanto, e não a putrefação, é a raiz de seu conteúdo, é a característica essencial da febre pestilencial. (...)Esses germes são denominados de "contagion". Trata-se de uma corrupção que se desenvolve dentro da substância, passa de uma coisa para outra, e é causada originalmente pela infecção por partículas imperceptíveis. Os germes são descritos como pequenos demais para serem vistos. De acordo com Fracastoro, há três modos de contágio: pelo contato direto de uma pessoa com outra; por agentes intermediários fomentadores (fomites), impregnados por material infeccioso, tais como roupas velhas, às quais aderem os germes das enfermidades; e à distância, pelo ar. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
CRONO LOGIA |