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Dois aquedutos construídos pelos romanos, há 20 séculos:
um em Pont du Gard (França), utilizado até hoje e outro nas
proximidades de Roma.
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A água era
coletada de vários locais e classificada por fiscais, que destinavam
as águas do aqueduto "Márcia" apenas para ser bebida; outras
eram utilizadas tanto para alimentação quanto limpeza. Seis
dos aquedutos levavam a água até piscinas cobertas, onde
se deixava que o limo se depositasse, antes de distribuir a água
pela cidade, através de encanamentos. As águas trazidas pelo
"velho Anio" tornaram-se muito impuras e, no início da era cristã,
eram utilizadas apenas para rega de jardins e usos mais sujos da cidade.
Todos os cuidados com a água,
esgoto, asseio pessoal e limpeza da cidade certamente contribuiram muito
para preservar os romanos de doenças. É difícil saber,
no entanto, até que ponto eles estavam conscientes dos benefícios
dessas medidas para a saúde, e até que ponto eram guiados
apenas por considerações estéticas (beleza, limpeza,
cheiro agradável, etc.). |
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Talvez a maior contribuição romana para a compreensão
das epidemias e doenças transmissíveis tenha sido dada pelo
filósofo Lucretius. Esse filósofo, do primeiro século
da era cristã, escreveu uma obra em versos, denominada "De rerum
natura", onde expõe a teoria atomística antiga. O atomismo
era uma filosofia materialista, que não aceitava a existência
de qualquer coisa além de átomos e do espaço vazio.
A própria alma e os deuses deveriam ser meras combinações
de átomos. Não existe lugar, nessa filosofia, para a religião,
a magia, a superstição.
Por outro lado, o atomismo admite a existência de coisas invisíveis.
Os próprios átomos são invisíveis, porém
reais e materiais. Lucretius dedica uma grande parte do seu livro para
mostrar que não é absurdo aceitar-se a existência de
coisas materiais invisíveis. Não vemos, por exemplo, nada
em volta de um ímã, mas deve existir alguma coisa em volta
dele que produz o efeito de atração do ferro. Não
vemos a água que se evapora de um tecido colocado ao sol, mas essa
água certamente continua a existir, dividida em inúmeras
partículas invisíveis. E Lucretius fornece muitos outros
exemplos semelhantes. |
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