Capítulo 4: Medicina Romana

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         Guiados por seu bom senso, os romanos deram grande importância a cuidados sanitários e de higiene. Havia um sistema de esgotos na cidade de Roma que não foi ultrapassado por qualquer sistema semelhante no mundo todo, até o século XIX . Os esgotos eram levados em condutos subterrâneos até um local, a cloaca maxima, onde eram lançados no rio Tibre. Além de privadas nas casas, havia sanitários públicos, alguns deles muito luxuosos, todos equipados com água corrente. As casas mais ricas eram providas de banheiras; além disso, existiam muitos balneários públicos, como os banhos de Caracalla, capazes de acomodar mil e seiscentas pessoas de cada vez, ou os de Diocleciano, com três mil quartos de banho. Isso mostra que o asseio era uma prática generalizada, em Roma.
 

Esta gravura do século XV ilustra uma suspeita já levantada pelos antigos romanos: a possível influência das moscas na transmissão de doenças.
         Para proporcionar água destinada ao consumo e à limpeza, a cidade de Roma era provida de 14 grandes aquedutos que traziam água de fontes distantes através de condutos subterrâneos ou suspensos. No início da era cristã, eles proporcionavam à cidade cerca de 200 milhões de litros de água por dia. Os romanos implantavam também sistemas de água e esgoto nas principais regiões que conquistavam. Existe um aqueduto em Nîmes, na França, que é utilizado até hoje, dois mil anos depois de sua construção.

         Conhecemos muitos detalhes sobre os aquedutos romanos graças à descrição feita pelo engenheiro Sextus Julius Frontinus (século I da era cristã). Ele conta que desde a fundação de Roma até o ano 441 do calendário romano (312 antes da era cristã), os romanos se contentavam em utilizar a água do rio Tibre, de poços e fontes. Em 312 A. C. foi construído o primeiro aqueduto, chamado "Apia", totalmente subterrâneo, com extensão de 11.190 passos (cerca de 10 km). Quarenta anos depois foi construído o segundo aqueduto subterrâneo, com 40 km de extensão, chamado "Anio velho". Aos poucos foram sendo contruídos outros condutos subterrâneos ou suspensos sobre arcadas, trazendo água de distâncias superiores a 50 km. O "novo Anio" tinha 2.000 metros de condutos suspensos, chegando à altura de 30 metros (igual à de um prédio de dez andares). Foram obras fantásticas de engenharia, para a época.

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