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Esses microorganismos pareciam novos e não se conhecia nenhuma doença
produzida por eles. No entanto, Chagas prosseguiu sua pesquisa. Experimentou
picar diversos animais pelo barbeiro. Observou que, depois de algumas semanas
da picada, era possível encontrar os mesmos tripanosomas o sangue
desses animais de teste. Nem todos os animais eram suscetíveis.
Cruz conseguiu infectar macacos, coelhos, cobaias e cães. As cobaias
eram especialmente sensíveis ao microorganismo e morriam depois
de uma semana.
Posteriormente, examinando o sangue de pessoas da região estudada,
Chagas encontrou o tripanosoma no sangue de alguns habitantes, especialmente
crianças. Através do estudo desses enfermos, conseguiu caracterizar
uma doença nova para a Medicina, que era conhecida pelo povo como
"opilação" e que passou a ser chamada "doença de Chagas".
As crianças que apresentavam tripanosomas tinham sintomas de anemia,
pequeno crescimento, desordens nervosas, aumento dos gânglios linfáticos
e, às vezes, fígado e baço inchados, além de
outros sintomas. Os microorganismos às vezes desapareciam do sangue,
tornando-se mais fáceis de encontrar em períodos de febre.
Às vezes a doença era grave e levava à morte. |

Carlos Chagas descobriu que o Barbeiro (Triatoma megista) é
o vetor de uma doença causada por microorganismos denominados Trypanosoma
cruzi.
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Em outros casos, os sintomas mais agudos passavam e a doença se
tornava crônica, produzindo gradualmente problemas cardíacos
graves. No campo, onde a doença de Chagas ocorre mais comumente,
é grande o número de pessoas atacadas por essa enfermidade
de forma crônica, muitas vezes sem saber que estão doentes.
O trabalho de Carlos Chagas foi posteriormente confirmado, em quase todos
os seus detalhes. Pouco se acrescentou ao que ele próprio fez, com
seus auxiliares. Este bom exemplo de pesquisa microbiana no Brasil nos
redimiu dos trabalho de Lacerda, Fajardo e outros. |
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