Capítulo 11: Aperfeiçoamento e Dificuldades da Teoria Microbiana

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         Para verificar se a infecção do campo era produzida pelos carrapatos, como se supunha, Smith escolheu um outro campo isolado, no qual não haviam ainda sido colocados animais doentes. Espalhou pelo solo alguns milhares de carrapatos coletados de gado da região onde havia a doença. Nesse campo, no dia seguinte, foram colocadas quatro cabeças de gado sadias. Três contraíram a doença. Isso foi uma forte indicação de que a doença era transmitida pelos carrapatos.

         Por fim, em outro experimento, foram colocadas vacas da região doente em um campo, depois de se retirarem dessas vacas todos os carrapatos. Depois de algum tempo, essas vacas foram retiradas. O gado sadio que foi colocado depois no mesmo campo não ficou doente. Isso indicava que não eram os excrementos do gado doente, a água, o solo ou o capim que transmitiam a doença.

         No ano seguinte, após o inverno, não foram observados carrapatos no campo infectado. Colocando-se 5 cabeças de gado nesse campo, nenhuma delas ficou doente.
 

Juan Carlos Finlay y de Barres.
         Em toda a série de experimentos, observou-se que bastava a presença de carrapatos provenientes de animais doentes para produzir a doença em animais sadios e que não bastava a presença de animais doentes para produzir a doença. Portanto, ela não era transmitida diretamente por contato, nem pelos excrementos, mas apenas pelo inseto.

         Uma vez conhecida a causa e o modo de transmissão de uma doença, torna-se possível uma prevenção bem fundamentada. Com o conhecimento de que a febre do Texas era transmitida pelos carrapatos, foi possível o controle da mesma.

         A febre amarela foi a primeira doença humana para a qual se detectou um inseto transmissor. Esses estudos foram publicados em 1884 pelo médico cubano Juan Carlos Finlay y de Barres (1833-1915), embora só fossem confirmados e aceitos vinte anos depois.

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