Capítulo 11: Aperfeiçoamento e Dificuldades da Teoria Microbiana |
HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS |
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Antes de estudar o trabalho de Finlay, vamos no entanto recuar um pouco
no tempo.
Já vimos que no final do século XVII e início do século XVIII, houve uma grande epidemia de febre amarela no Brasil. Durante muito tempo, a doença parece ter desaparecido do país. No entanto, no fim de setembro de 1849, um navio norte-americano, depois de passar por Havana e outros lugares em que havia a febre amarela, chegou ao Brasil. Em outubro, apareceram alguns casos da doença em Salvador. No mês seguinte, já havia uma forte epidemia, que atingiu milhares de pessoas. No Recife, morreram cerca de 2.800 pessoas. No Pará, houve 12.000 doentes e 590 mortos de uma população total de 16.000 habitantes. A doença se fixou na região, matando mais de 5.000 pessoas nas décadas seguintes. Em Fortaleza, dos 41.000 habitantes, 28.500 adoeceram e 900 morreram, em 1851. Os navios levaram também a doença ao Rio de Janeiro. No ano de 1850, da população de 166.000 habitantes, houve mais de 90.000 doentes, dos quais morreram mais de 4.000. Dessa época até o fim do século, houve um total de 58.000 vítimas de febre amarela, no Rio de Janeiro. Como os médicos explicavam a doença? Sua causa parecia ser a indigestão, ou talvez a supressão da transpiração, pela umidade, pela chuva; ou talvez o sereno da madrugada, ou mesmo a insolação do verão. A falta de trovoadas também foi considerada uma das causas. Continuava-se também a acreditar na existência de miasmas, provenientes da decomposição de organismos, que originariam a doença. As idéias sobre a causa da febre amarela começam a mudar após o desenvolvimento da teoria microbiana das doenças. No Brasil, como em outros lugares, os primeiros sucessos da teoria logo fizeram com que todos começassem a procurar e encontrar microorganismos causadores de tudo. Nos Estados Unidos, em 1878, um médico chamado Richardson afirmou ter descoberto bactérias em forma de halteres, que seriam a causa da febre amarela. Deu-lhes o nome de Bacteria sanguinis febris flavae (bactéria sangüínea da febre amarela). A descoberta não foi confirmada por estudos posteriores. |
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CRONO LOGIA |